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Uma Estrela Gigante Vermelha Perde A Sua Pele

Esta imagem fantasmagórica mostra uma distante estrela gigante vermelha pulsante, chamada R Sculptoris. Situada a 1200 anos-luz de distância, na constelação do Escultor, R Sculptoris é uma estrela rica em carbono que pertence ao ramo assintótico das gigantes (AGB), o que significa que se aproxima do final da sua vida. Nesta fase, as estrelas de massa baixa e intermediária esfriam, criando atmosferas extensas e perdendo boa parte da sua massa — estão por isso a caminho de se transformarem em nebulosas planetárias.

Apesar do processo básico desta perda de massa ser bem compreendido, os astrônomos ainda investigam como é que este processo se inicia próximo da superfície da estrela. A quantidade de massa perdida pela estrela tem na realidade importantes implicações na sua evolução estelar, alterando o seu futuro e dando origem a diferentes tipos de nebulosas planetárias. As estrelas AGB terminam as suas vidas como nebulosas planetárias, produzindo um grande número de elementos — incluindo 50% de elementos mais pesados que o ferro — que são assim libertados no Universo e usados posteriormente para criar novas estrelas, planetas, luas e eventualmente os blocos constituintes da vida.

Uma característica particularmente intrigante de R Sculptoris é a sua mancha brilhante dominante, que parece ser duas ou três vezes mais brilhante que as outras regiões. Os astrônomos que obtiveram esta imagem, com o auxílio do Interferômetro do Very Large Telescope do ESO (VLTI), concluíram que a R Sculptoris se encontra rodeada por “nodos” gigantes de poeira estelar que está sendo perdida pela estrela. Esta mancha brilhante é, de fato, uma região em torno da estrela com pouca ou nenhuma poeira, o que nos permite olhar mais profundamente para a sua superfície.

Esta imagem captura uma área extremamente pequena do céu: cerca de 20 x 20 milissegundos de arco. Em termos de comparação, Júpiter apresenta um tamanho angular de aproximadamente 40 segundos de arco.

Fonte:

http://eso.org/public/brazil/images/potw1807a/

Artigo:

https://arxiv.org/pdf/1702.02574.pdf

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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