fbpx
12 de dezembro de 2024

Uma Cratera Deslocada e Uma Lua Ativa

cratera_deslocada_01

observatory_150105A imagem acima mostra uma cratera com 100 metros de diâmetro, localizada no terreno de terras altas entre a cratera Tycho e a Bacia Nectaris, mais precisamente nas coordenadas 29.814?S, 11.465?E. Contudo, ela não parece uma cratera comum. A metade superior dessa cratera parece ter sido deslocada para a direita com relação a sua metade inferior, o que é consistente com o movimento ocorrido ao longo da lateral direita de uma falha de escorregamento. Provavelmente essa estranha cratera foi cortada por uma falha associada com a escarpa em forma de lobo Poisson, que está localizada ali próxima. O falhamentos nos ajuda a determinar a idade relativa das feições locais. A cratera à direita não parece deslocada, então isso nos diz que a falha foi ativa depois que a cratera da esquerda se formou, deslocando-a, mas não estava ativa desde a formação da cratera da direita. Essa relação também indica que a cratera à esquerda é mais velha que a cratera da direita. Observações como essa permitem aos cientistas determinarem as idades relativas das feições na superfície, já que a única maneira de se determinar com precisão a idade absoluta das feições é recolhendo amostras e usando técnicas como a datação radiométrica. Se você observa essa cratera usando dados da câmera WAC (imagem abaixo) você não poderia dizer que ela estava deslocada por uma falha, mas você poderia identificar a cratera graças a sua alta refletividade. Imagens de alta resolução feitas com a câmera NAC como a imagem principal desse post têm mostrado que existe uma atividade tectônica de pequena escala relativamente recente e que a Lua está longe de ser considerada como um objeto geologicamente morto.

cratera_deslocada_02

Fonte:

http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/670-Offset-Crater,-Active-Moon.html

alma_modificado_rodape105

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

Veja todos os posts

Arquivo