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Sonda Mars Express da ESA Pode Ter Descoberto Um Supervulcão Antigo em Marte

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A sonda da ESA Mars Express capturou uma imagem do que parece ser a parte remanescente de um antigo supervulcão. A imagem foi feita no dia 26 de Novembro de 2014, e foco na feição conhecida como Siloe Patera, na região de Arabia Terra em Marte.

Siloe Patera compreende duas grandes crateras imbricadas, perto do centro da imagem. Elas têm cerca de 40 km e 30 km de largura. A estrutura recebeu esse nome em homenagem ao escultor e arquiteto Diego de Siloé (1495 – 1563).

Alguns pesquisadores acreditam que esse tipo de estrutura geológica e algumas outras estruturas similares nessa região de Marte, são caldeiras de complexos vulcânicos bem planos – vulcões que lembram alguns supervulcões na Terra, pelo menos em forma.

Um exemplo desse tipo de supervulcão é o Vulcão de Yellowstone, com uma caldeira de 60 km de comprimento e 40 km de largura.

Os supervulcões ocorrem quando o magma é aprisionado abaixo da superfície, levando a um grande aumento de pressão. Eles então entram em erupção repentinamente, em violentas explosões e assim não geram montanhas como o Monte Olympus, o maior vulcão do Sistema Solar, também localizado em Marte.

Mas um grande números de crateras de formas irregulares foram detectadas na região de Arabia Terra que podem representar uma família de antigas caldeiras de supervulcões.

Siloe Patera é um desses exemplos. Essa região é caracterizada por duas depressões com paredes íngremes, feições colapsadas e baixo relevo topográfico.

A depressão mais profunda alcança os 1750 metros abaixo da planície ao redor, e as depressões mais rasas atingem cerca de 700 metros abaixo das planícies.

As depressões poderiam até mesmo representar dois diferentes episódios de erupção, devido ao colapso à medida que a pressão da lava abaixo era liberada, ou à medida que a câmara magmática migrava abaixo da superfície.

Em comparação, as crateras de impacto incluem feições como picos centrais, anéis soerguidos e coberturas de material ejetado ao seu redor. De fato, as crateras de impacto estão espalhadas por toda essa cena: exemplos de livro podem ser encontrados em duas crateras lado a lado logo acima de Siloe Patera, e numa grande cratera localizada mais à direita da imagem. Essas crateras exibem picos centrais, paredes e cobertura de material ejetado ao redor.

Em uma cratera de impacto com a razão profundidade/diâmetro comparável à Siloe Patera seria esperado encontrar essas características – a menos talvez se a cratera tivesse passado por uma extensa erosão ou modificação – mas ela não é.

A estrutura é cercada por numerosos pequenos canais e valas parcialmente fluindo dentro da depressão.

Na ponta sul da depressão, uma feição proeminente parecida com um vale é visível. Isso ocorre quando a água escapa debaixo da borda do terreno, e as cavernas criadas por esse colapso e pelo material erodido é transportado para longe ao longo do curso do vale pela água que flui. Um anel nítido que aparece soerguido em vários pontos também aparece aqui.

Diretamente acima dessa feição está uma região de 20 x 20 km, em tamanho que contém numerosos fluxos canalizados dendritícos menores no material que parece ser ejetado.

Esse depósito poderia ser um lençol de lava resfriado, ou uma cobertura de material ejetado de uma cratera de impacto. Na literatura especializada, ele é descrito como a parte remanescente de um possível fluxo de lava piroclástico possivelmente rico em gás e extremamente quente. Por outro lado, as bordas em forma de lobo são também similares às coberturas de material ejetado causadas por pequenas crateras de impacto. Coberturas de material ejetado ocorrem em ângulos oblíquos de impacto de 15 graus ou menos.

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Fonte:

http://www.sci-news.com/space/science-mars-express-supervolcano-02834.html

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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