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Satélite Europa de Júpiter Possui Feições Que Também Podem Ser Interpretadas como Criovulcões

Esses pontos vermelhos, que são encontrados na lua de Júpiter Europa, são chamados de “lentículas”. Essa imagem foi mostrada na reunião da American Geophysical Union como sendo o exemplo de um possível mas controverso criovulcão em Europa.

Muitos pesquisadores têm sugerido que esses pequenos domos coloridos de forma estranha, resultam de material que soergue das profundezas dos oceanos de Europa. Suas formas circulares e suas composições diferentes – mais ricos em sulfatos hidratados e dióxido de carbono do que as outras feições que aparecem na região – certamente argumentam em favor deles terem sido expelidos para o lugar onde estão a partir da subsuperfície. Por outro lado, outros cientistas tentaram descobrir a física que está guiando essa formação e gastaram muito tempo produzindo modelos que criem tantas feições pequenas e próximas como essas. Eles podem usar o modelo para entender a subida do material, mas é mais complicado do que se observarem as imagens feitas pela sonda Galileo.

Essa imagem é uma combinação de duas imagens da sonda Galileo feitas da lua Europa, uma de alta resolução feita em 31 de Maio de 1998 durante a décima quinta órbita ao redor de Júpiter e uma de baixa resolução  em cores, feita em 28 de Junho de 1996 durante a primeira órbita ao redor de Júpiter. Apesar das zonas de sobreposição terem deixado as imagens um pouco borradas – um resultado devido ao extremo grau de compactação que a Galileo empregou em suas imagens para que elas pudessem ser enviadas para a Terra por meio da antena de baixo ganho – é possível encontrar detalhes intrigantes. É possível ver uma grande quantidade de cavas – com taludes inclinados, e depressões planas em seus assoalhos de crosta de gelo. Alguns desses buracos possuem depósitos vermelhos que os preenchem mas outros não. Em alguns lugares existe uma descoloração avermelhada sem correspondência com os buracos. Um conjunto de feições lineares que cruzam a cena são avermelhadas, mas outras não. À esquerda uma cadeia de montanhas dupla corta o lineamento vermelho, enquanto que outra cadeia dupla é cortada pelo mesmo lineamento, na realidade essa pequena imagem possui uma série de cruzamentos e feições que representam o paraíso para qualquer geólogo estrutural que passaria horas descrevendo-as com prazer.

Agora que todos nós tomamos conhecimento sobre o que a Cassini tem feito em Saturno podemos imaginar o que poderia ser feito em Júpiter se a Galileo estivesse funcionando completa. A missão com certeza cumpriu grande parte de seus objetivos enviou dados e imagens excepcionais, mas se a antena de alto ganho não tivesse tido problema muito mais poderia ter sido feito, mesmo porque ainda existem muitas questões em aberto sobre júpiter, principalmente sobre seu anéis e suas luas.

Fonte:

http://www.planetary.org/blog/article/00002829/

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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