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O VLT do ESO Revela de Forma Clara e Limpa Seis Galáxias Espirais

Seis magníficas galáxias espirais foram observadas sob uma nova luz pelo Very Large Telescope do ESO (VLT) no Observatório do Paranal, Chile. As imagens foram obtidas no infravermelho com a câmara HAWK-I e ajudarão os astrônomos a compreender como se formam e evoluem as extraordinárias formas espirais das galáxias.

HAWK-I é uma das mais recentes e potentes câmeras montadas no Very Large Telescope do ESO (VLT). Trabalha no infravermelho, o que significa que muito da poeira que obscurece os braços em espiral das galáxias se torna transparente para estes detectores. Comparada com a câmera anterior infravermelha do VLT, ISAAC, a HAWK-I tem dezesseis vezes mais pixels e cobre uma área do céu muito maior de uma só vez. Utiliza tecnologia mais recente que a ISAAC e tem maior sensibilidade à radiação infravermelha fraca. A HAWK-I é ideal para estudar a enorme quantidade de estrelas velhas que compõem os braços em espiral, uma vez que consegue remover os efeitos confusos da poeira e do gás brilhante.

As seis galáxias fazem parte de um estudo sobre a estrutura espiral liderado por Preben Grosbøl do ESO. Os dados foram adquiridos no intuito de tentar compreender as maneiras complexas e sutis pelas quais as estrelas nestes sistemas formam estruturas espirais tão perfeitas.

A primeira imagem mostra NGC 5247, uma galáxia espiral dominada por dois enormes braços, situada a 60-70 milhões de anos-luz de distância. A galáxia encontra-se de face para a Terra, fornecendo assim uma excelente vista da sua estrutura em espiral. Situa-se na constelação do zodíaco da Virgem.

A galáxia na segunda imagem é Messier 100, também conhecida como NGC 4321, descoberta no séc. XVIII. É um bom exemplo de uma galáxia espiral de grande design – uma classe de galáxias com braços espirais muito proeminentes e bem definidos. A cerca de 55 milhões de anos-luz de distância, Messier 100 faz parte do enxame de galáxias da Virgem e situa-se na constelação da Cabeleira de Berenice (assim chamada devido à rainha do antigo Egito Berenice II).

A terceira imagem é de NGC 1300, uma galáxia espiral com braços que se estendem a partir das pontas de uma barra central muito proeminente. Esta galáxia é considerada um protótipo das galáxias espirais barradas e situa-se a uma distância de cerca de 65 milhões de anos-luz, na constelação de Erídano.

A galáxia espiral na quarta imagem, NGC 4030, situa-se a cerca de 75 milhões de anos-luz de distância, na constelação da Virgem. Em 2007 Takao Doi, um astronauta japonês e também astrônomo amador, descobriu uma supernova – uma explosão estelar que se torna brevemente quase tão brilhante como a própria galáxia onde a explosão se dá – nesta galáxia.

A quinta imagem, NGC 2997, é uma galáxia espiral a cerca de 30 milhões de anos-luz de distância na constelação da Máquina Pneumática. NGC 2997 é o membro mais brilhante de um grupo de galáxias com o mesmo nome no Superenxame Local de galáxias.  O nosso próprio Grupo Local, do qual faz parte a Via Láctea, é igualmente um membro do Superenxame Local.

Por último, mas não menos importante, NGC 1232 é uma bonita galáxia situada a cerca de 65 milhões de anos-luz de distância na constelação de Erídano. É uma galáxia classificada como uma espiral intermédia – algo entre espiral barrada e espiral sem barra. Uma das primeiras imagens que o VLT obteve foi precisamente uma imagem no óptico desta galáxia e da sua pequena companheira NGC 1232A. A HAWK-I retorna agora a esta galáxia para obter uma vista diferente na banda do infravermelho.

Tal como nos mostra esta galeria galáctica, a HAWK-I permite-nos observar a estrutura em espiral destas seis galáxias com extremo detalhe e com uma claridade apenas possível quando observada no infravermelho.

Fonte:

http://www.eso.org/public/news/eso1042/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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