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O Renascimento da Nebulosa Planetária Abell 30

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observatory_150105As estrelas são as fábricas químicas onde átomos complexos são gerados a partir dos mais simples. Esse processo acontece no núcleo estelar onde os núcleos atômicos são combinados, e alguns núcleos novos são gerados pela acumulação de nêutrons livres. Felizmente para nós, as estrelas não só forjam esse material complexo, mas também fazem o papel de distribuir esse material no resto do espaço, de modo que eles podem ser usados para gerar planetas rochosos e até nós mesmos. As estrelas de grande massa fazem esse processo por meio de fortes ventos estelares e por explosões de supernovas. Já as estrelas de massas menores fazem esse processo por meio de ejeções de seu material gerando o que conhecemos como nebulosas planetárias, um termo, como já sabemos que nada tem a ver com planetas mas sim com o formato que esses objetos possuem ao serem observados por pequenos telescópios, formas essas semelhantes ao disco dos planetas gigantes gasosos. Nessas estrelas, à medida que o processo desqueira nuclear se aproxima do fim, uma instável ejeção de energia no seu interior ajuda a expelir as partes mais externas da estrela para o espaço. A nebulosa formada, iluminada pela radiação ultravioleta do interior estelar exposto, brilha intensamente. Um bom exemplo de todo esse processo é a nebulosa planetária conhecida como Abell 30, mostrada acima numa imagem composta consistindo de emissões ópticas observadas pelo Telescópio Espacial Hubble, e pelas emissões de raios-X (em roxo), observadas pelo Observatório XMM-Newton e pelo Observatório de Raios-X Chandra. A concha mais externa de material foi provavelmente ejetada a aproximadamente 12500 anos atrás, mas a Abell 30 parece estar passando por um processo de ejeção mais recente que está criando densos nós de Hélio e carbono, vistos no detalhe da imagem. As interações entre esses nós e o vento estelar vindo da parte central da estrela gera raios-X que ajudam a evaporar os nós, lançando o espaço um gás rico em Hélio e carbono.

Fonte:

http://heasarc.gsfc.nasa.gov/docs/objects/heapow/archive/nebulae/abell30_composite.html

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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