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O Fim dos Tempos em Mercúrio

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observatory_150105Você já deve ter notado que cada imagem de Mercúrio que publicamos aqui possui um parâmetro chamado Mission Elapsed Time, ou MET, de quando elas foram adquiridas. O MET é o tempo, em segundos, desde que a missão MESSENGER começou em 2004. Como um testamento para quanto tempo a sonda MESSENGER tem estado no espaço (mais de oito anos), o número de segundos já passou dos 250 milhões, e tem chegado muito perto do limite de quanto o relógio da sonda pode contar. Assim, em Janeiro, a equipe da MESSENGER reprogramou o relógio, mas não para zero, e sim para 1000 segundo. Por que 1000 segundos e não zero? O relógio MET foi originalmente programado para começar a contar 1000 segundos antes do lançamento, de modo que o lançamento na verdade ocorreu no MET 1000 e não no zero, desse modo a reprogramação do relógio seguiu esse precedente.

A imagem acima, foi adquirida no MET de 129781 segundos, ou um dia e meio depois da contagem ter recomeçado. Essa imagem mostra uma interessante cratera na Bacia Caloris. As crateras de forma irregular são muitas vezes pensadas por terem se formado a partir de outros processos que não sejam eventos de impacto, mas essa cratera poderia ser um aglomerado de algumas crateras menores ou sua forma poderia ter sido modificada por uma cadeia de dobra que cruza a cena de noroeste para sudeste. O norte está para cima nessa imagem.

Essa imagem foi adquirida como parte das observações programadas de alta resolução. Observações programadas são imagens feitas de pequenas áreas do planeta Mercúrio em resoluções muito maiores que os tradicionais 200 metros por pixel utilizados para gerar o mapa base morfológico. Não é possível cobrir toda a superfície de Mercúrio com essa alta resolução, mas normalmente algumas áreas que tenham alto interesse científico são imageadas nesse modo a cada semana.

Fonte:

http://messenger.jhuapl.edu/gallery/sciencePhotos/image.php?page=1&gallery_id=2&image_id=1079

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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