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Novas Imagens em Alta Resolução de Caronte Revelam Seu Passado Violento e Colorido

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A sonda New Horizons, enviou para a Terra as imagens de mais alta resolução e as melhores imagens coloridas até o momento da maior lua de Plutão, Caronte, e essas imagens (MAIS UMA VEZ!!!) mostram uma surpreendente história complexa e violenta pela qual passou a lua.

Com metade do diâmetro de Plutão, Caronte é o maior satélite do Sistema Solar em tamanho relativo ao seu planeta, ou planeta anão. Muitos cientistas da New Horizons esperavam que Caronte fosse um mundo monótono, bombardeado por milhares de crateras, porém, ao invés disso, eles encontraram uma paisagem coberta por montanhas, cânions, deslizamentos de terra e variações de cores na superfície.

“Pensávamos que a probabilidade de vermos algo interessante nesse satélite de um mundo tão distante nas fronteiras do Sistema Solar, seria muito baixa”, disse Ross Beyer, um afiliado da equipe de geologia, geofísica e imageamento da New Horizons, do Instituto SETI e do Ames Research Center da NASA em Mountain View, na Califórnia, “mas eu não poderia estar mais feliz com o que estamos vendo agora”.

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Imagens de alta resolução do hemisfério de Caronte voltado para Plutão, feita pela New Horizons, enquanto ela passava rapidamente pelo sistema, no dia 14 de Julho de 2015, foram transmitidas para a Terra, no dia 21 de Setembro de 2015 e revelam detalhes de um cinturão de fraturas e cânions logo ao norte do equador da lua. Seu grande sistema de cânion se estende por mais de 1600 quilômetros, através de toda a face de Caronte e provavelmente pelo lado escuro de Caronte também. Sendo quatro vezes maior que o Grand Cânion, e duas vezes mais profundo em determinados lugares, essas falhas e cânions indicam eventos geológicos titânicos no passado de Caronte.

“Esse evento, ou esses eventos, fizeram com que a crosta de Caronte se abrisse e se separasse”, disse John Spencer vice-líder da equipe GGI no Southwest Research Institute em Boulder, no Colorado. “Com respeito ao tamanho relativo a Caronte, essa feição é muito semelhante ao vasto Valles Marineris encontrado em Marte”.

A equipe também descobriu que as planícies ao sul do cânion de Caronte, informalmente referida como Vulcan Planum, tem menos crateras do que as regiões ao norte, indicando que elas são notavelmente mais jovens. A suavidade das planícies, bem como suas ondulações e suas cadeias apagadas, são sinais claros que essa região teve sua superfície renovada numa escala gigantesca.

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Uma possibilidade para a superfície ser assim suave é um tipo de atividade vulcana fria, conhecida como criovulcanismo. “A equipe está discutindo a possibilidade de que um oceano de água interna poderia ter congelado a muito tempo atrás, e a mudança no volume poderia ter levado a abertura e ao faturamento de Caronte, permitindo que lavas de água alcançassem a superfície naquele momento”, disse Paul Schenk, um membro da equipe da New Horizons, do Lunar and Planetary Institute em Houston.

Imagens de resolução ainda maior de Caronte e dados de sua composição ainda estão sendo transmitidos da New Horizons, e continuarão a ser transmitidos no decorrer do próximo ano. “Eu acho que a história de Caronte será algo ainda mais maravilhoso”, disse o Cientista de Projeto Hal Weaver, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Laurel, Maryland.

A sonda New Horizons está atualmente a cerca de 5 bilhões de quilômetros da Terra, com todos os sistemas trabalhando normalmente e em bom estado.

A sonda New Horizons é parte do New Frontiers Program da NASA, gerenciado pelo Marshall Space Flight Center da NASA em Huntsville, no Alabama. O APL desenhou, construiu e opera a sonda New Horizons e gerencia a missão para o Science Mission Directorate da NASA. O SwRI lidera a missão científica, as operações da sonda e o planejamento científico do encontro.

Para mais informações e imagens, visite:

www.nasa.gov/newhorizons, e:

http://pluto.jhuapl.edu.

Fonte:

https://www.nasa.gov/feature/pluto-s-big-moon-charon-reveals-a-colorful-and-violent-history

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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