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Imagens Inéditas do Meteoro de Chelyabinsk e Um Relato Emocionante de Quem Viveu o Fenômeno

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observatory_150105Já faz mais de uma semana que aconteceu a grande queda do meteoro de Chelyabinsk, mas mesmo assim não param de chegar novas imagens e novos relatos sobre esse evento que de certa forma despertou o interesse de muitos pelo céu, pela astronomia e pela vontade de entender um pouco mais sobre o universo. Milhares e até mesmo centenas de milhares de imagens já foram publicadas sobre a queda do meteoro. Mas vasculhando a imensidão da internet sempre nos surpreendemos com alguma coisa até então inédita. Esse post trata disso. Aqui vou apresentar para vocês, o relato e as imagens de uma das poucas pessoas que devem ter tido sem dúvida alguma a maior experiência de sua vida, esse fotógrafo acordou cedo no dia 15 de Fevereiro para fazer imagens da paisagem congelada da Rússia, o intuito era registrar as árvores, os lagos ainda congelados, antes que os raios solares começassem a descongelar tudo.

Segundo ele, a manhã daquele dia 15 de Fevereiro de 2013, estava congelante, -17?C, sem nuvem e sem vento. O dia anterior tinha sido um dia mais quente, com temperaturas em torno do 0 graus, mas mesmo assim as árvores amanheceram cobertas de gelo. Ele então decidiu se aventurar na sua paisagem favorita e congelada perto de sua casa para fazer algumas imagens. Por volta das 9 da manhã ele começou a fazer as imagens. Após fazer algumas imagens de diferentes ângulos ele apontou a câmera na direção do Sol nascente para registrar diferentes impressões da natureza.

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A imagem acima foi feita às 09:04:57, foi uma das primeiras fotos feitas, aproximadamente 15 minutos antes da explosão do meteorito.

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Essa outra imagem mostra uma visão panorâmica da área em que estava sendo realizada a sessão.

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A imagem acima foi feita às 9:17:11, aproximadamente 3 minutos antes da explosão.

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Às 9:19:43 poucos segundos antes da explosão foi feita essa outra imagem panorâmica com uma lente de 32 mm em f14 com ISO 50 e com 0.6 segundos de exposição.

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De repente, o flash! Sim, foi algo inesperado. A câmera estava montada num tripé e quase que de lado para onde o objeto estava. O fotografo então mudou rapidamente a câmera de ângulo e fez outra imagem da cena. Nesse pont, com sua visão periférica ele conseguiu ver um brilhante flash. No começo era pequeno então ele apontou a câmera naquela direção e alcançar o pico de brilho toda a cena ficou tomada por uma luz branca brilhante.

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Uma das imagens mais sensacionais que vi até agora é essa acima que mostra com detalhe as partículas incandescentes do meteoroide. Essa imagem foi feita pouco segundos depois da grande explosão.

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Na hora o pensamento do fotografo estava confuso e foi espontâneo. Ele confessa que a primeira coisa que ele pensou foi num ataque de uma bomba nuclear. Então ele se lembrou que havia visto na mídia algo sobre a passagem de um asteroide perto da Terra, então ele pensou que um avião pudesse ter sido atingido e estava caindo.

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Outra imagem sensacional do meteoro é essa mostrada acima, onde se pode ver com detalhes a forma de cogumelo deixada pela explosão do bólido.

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Nos primeiros segundos depois da queda a reação do fotógrafo foi de uma batida mais forte no coração, a respiração ter ficado mais ofegante o que segundo ele deve ser uma consequência normal depois de experimentar um fenômeno como esse. Quando o flash atingiu seu brilho máximo, o fotografo chegou a sentir um forte calor no rosto mas que durou poucos segundos.

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No momento em que viu a luz brilhante no céu, o fotografo sentiu uma forte dor nos olhos pois o brilho era muito intenso. Nenhuma outra sensação física foi sentida por ele. Então, 2 minutos depois do flash, ocorreu uma série de explosões, o som foi alto, claro e muito poderoso. A primeira explosão foi muito forte. Nenhuma sensação física e vibração foi sentida por ele que relatou algo como se tivesse caído uma parede de concreto ao longe. Imediatamente depois de uma série de explosões menores, que ocorreram, sobre a floresta, uma grande quantidade de pássaros voaram em todas as direções.

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Como o fotografo já mencionou, imediatamente depois de ter visto a primeira entrada do meteoro, ele virou a câmera em direção ao objeto e fez uma única imagem. Ela ficou com muita claridade, ele então freneticamente começou a tentar fixar a exposição para capturar o bólido da melhor forma possível. Ele não lembra, por exemplo, como conseguiu fazer a imagem das partículas incandescentes no rastro do meteoro, tudo era questões de segundos. No momento em que estava ocorrendo todo o fenômeno, o fotógrafo se choca por não ter escolhido o melhor ângulo e a melhor configuração, mas depois da série de explosões e de já ter acalmado ele pôde se concentrar na câmera, escolher o melhor ângulo, ajustar todos os parâmetros e fazer belas imagens ainda do rastro de fumaça deixado pelo meteoro.

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O fotografo ainda relata como a natureza mudou ao redor. Segundo ele, o céu ficou mais azul e transparente. O Sol já tinha nascido, mas o brilho era diferente de qualquer outra manhã, parecia que o Sol já estava a pino.

Depois de ter terminado a sessão de fotos e da nuvem de poeira do asteroide ter desaparecido, o fotografo ainda ficou ali pela região coletando outras imagens além de aproveitar para ficar contemplando um pouco a natureza, e considerando a experiência que acabara de ter. Os primeiros pensamentos foram todos amáveis, e foi muito difícil conversar com alguém pois toda a rede de comunicação ficou sobrecarregada. Com esses pensamentos ele não pôde reconhecer a escala do incidente e nem as suas consequências. Só quando chegou em casa que ele pôde tomar conhecimento do fenômeno como um todo. As primeiras notícias, lembra ele, foram confusas e sem nenhuma clareza. Ele prontamente decidiu processar suas imagens para publicá-las. Durante o dia as notícias começaram a chegar com mais clareza, e segundo o fotografo, uma lama depressiva começou a ser jogada sobre a sociedade.

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Segundo ele, é maravilhoso vivermos na era da informação. Rapidamente você pode compartilhar suas experiências e ter uma excelente noção do que de fato aconteceu.

Fonte:

http://marateaman.livejournal.com/27910.html

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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