fbpx

Hubble Estuda A Atmosfera do Exoplaneta Mais Externo do Sistema TRAPPIST-1

A TRAPPIST-1 é uma estrela anã ultra-fria próxima transitada por sete planetas rochosos. Pesquisadores observaram  três trânsitos de seu planeta mais externo, o TRAPPIST-1h, usando o grisma G141 do instrumento Wide Field Camera 3 a bordo do Telescópio Espacial Hubble para colocar restrições em sua atmosfera potencialmente fria.

Para lidar com o efeito da contaminação estelar, foram modeladas as regiões ativas da TRAPPIST-1 como porções de uma fotosfera mais fria e mais quente e foram gerados modelos multitemperatura que foram comparados com o espectro fora de trânsito da estrela. Usando os parâmetros de ponto inferidos, foi possível produzir espectros de transmissão corrigidos para o planeta h sob cinco configurações de trânsito e esses dados foram comparados com modelos de transmissão atmosférica planetária usando o modelo direto CHIMERA.

A análise revela que é improvável que o TRAPPIST-1h hospede uma atmosfera dominada por H/He livre de aerossóis. Embora a precisão dos dados atuais limite as restrições que podemos colocar na atmosfera planetária, os pesquisadores descobriam  que o cenário mais provável é o de um espectro de transmissão plano e sem características na passagem de banda WFC3/G141 devido a uma atmosfera de alto peso molecular médio (> 1000x solar) , sem atmosfera, ou uma camada de aerossol opaca, tudo na ausência de contaminação estelar.

Este trabalho descreve as limitações da modelagem de regiões fotosféricas ativas com espectros estelares teóricos, e aquelas trazidas pelo nosso desconhecimento da estrutura fotosférica de estrelas anãs ultrafrias. Uma caracterização adicional da atmosfera planetária de TRAPPIST-1h exigiria medições de maior precisão em comprimentos de onda mais amplos, o que será possível com o Telescópio Espacial James Webb.

Fonte:

http://astrobiology.com/2022/03/hstwfc3-transmission-spectroscopy-of-the-cold-rocky-planet-trappist-1h.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

Veja todos os posts

Arquivo