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Hakuto-R Provavelmente Fez Pouso Forçado na Lua Diz Ispace

No dia 26 de abril de 2023, o módulo de pouso HAKUTO-R Mission 1 Lunar Lander da ispace estava programado para pousar na superfície da Lua às 13:40, hora de Brasília. No entanto, a comunicação com a sonda foi perdida às 20:00 hora de Brasília, depois de inúmeros testes para reestabelecer o contato, com isso, o Objetivo 9 da missão (pouso bem-sucedido e estabelecimento de comunicação) não foi alcançado. Apesar do resultado, a ispace conseguiu cumprir com sucesso os objetivos de 1 a 8 da Missão e adquiriu dados valiosos para futuras missões lunares.

Com base nos dados disponíveis, o Centro de Controle de Missão HAKUTO-R, em Nihonbashi, Tóquio, confirmou que o módulo de pouso estava na posição vertical durante a aproximação final à superfície lunar. Após o horário previsto para o pouso, não houve dados indicando que o módulo havia pousado. A equipe da ispace monitorou o combustível restante e a velocidade de descida, que aumentou rapidamente pouco depois. Com base nisso, foi determinado que há uma alta probabilidade de que o módulo tenha feito um pouso forçado na superfície lunar.

Os engenheiros da ispace estão analisando detalhadamente os dados de telemetria adquiridos até o fim da sequência de pouso para identificar a causa do incidente e esclarecer os detalhes após a análise.

Apesar do resultado, a ispace acumulou uma série de conhecimentos e experiências valiosos durante a Missão 1, que serão utilizados para melhorar as futuras missões lunares. A empresa planeja aperfeiçoar ainda mais a maturidade tecnológica das Missões 2, em 2024, e 3, em 2025.

Takeshi Hakamada, fundador e CEO da ispace, declarou: “Embora não esperemos completar o pouso lunar desta vez, acreditamos que cumprimos plenamente o significado desta missão, tendo adquirido uma grande quantidade de dados e experiência ao executar a fase de pouso. O importante é usar esse conhecimento e aprendizado nas Missões 2 e posteriores para aproveitar ao máximo essa experiência”.

Hiroshi Yamakawa, presidente da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA), também expressou seu orgulho e respeito pelos esforços da ispace, afirmando que a empresa usará os dados obtidos nesta missão como base para a próxima missão. A JAXA continuará colaborando com a ispace, outras empresas do setor e organizações internacionais.

Para a Missão 1, a ispace estabeleceu 10 marcos do lançamento ao pouso, com critérios de sucesso para cada um deles. Os resultados serão ponderados e avaliados com base nesses critérios e incorporados às futuras missões já em desenvolvimento até 2025. As Missões 2 e 3, que também contribuirão para o Programa Artemis da NASA, buscarão aprimorar ainda mais a tecnologia e o modelo de negócios da ispace. Anúncios futuros sobre o progresso na realização dos marcos serão divulgados assim que forem alcançados.

Josef Aschbacher, Diretor Geral da Agência Espacial Europeia (ESA), ressaltou que a Missão 1 do HAKUTO-R é apenas o começo de muitos projetos e atividades fascinantes. Ele mencionou que a colaboração entre empresas do setor espacial e agências espaciais abre oportunidades emocionantes para o futuro da exploração lunar e outros domínios.

Marin Sion, CEO da ArianeGroup, também elogiou os esforços da ispace, reconhecendo a complexidade e a vanguarda tecnológica envolvida na tentativa de pouso lunar. Ele acredita que a experiência e a expertise adquiridas pela equipe ajudarão a tornar a próxima missão um sucesso.

A empresa Draper, que atua como parceira da ispace nas missões M1 HAKUTO-R, M2 e M3, emitiu uma declaração destacando que, embora a missão não tenha atingido seu objetivo final, o fato de ter chegado ao espaço cis-lunar e orbitado a Lua já representa um avanço importante para a economia espacial internacional. A Draper espera continuar sua parceria com a ispace no futuro.

Diante desses desafios e conquistas, fica evidente que a ispace e seus parceiros estão comprometidos em aprender com os resultados da Missão 1 e aplicar esse conhecimento às próximas missões. A colaboração entre empresas privadas, agências espaciais e organizações internacionais é crucial para promover o desenvolvimento sustentável da exploração lunar e do setor espacial como um todo.

A tentativa de pouso lunar da HAKUTO-R Mission 1 pode não ter sido bem-sucedida, mas o legado de aprendizado deixado por essa missão servirá como base para futuros esforços na exploração lunar. À medida que a ispace e seus parceiros continuam a trabalhar em missões futuras, as lições aprendidas na Missão 1 serão fundamentais para avançar no desenvolvimento espacial do setor privado, não apenas no Japão, mas em todo o mundo.

Fique atento às atualizações sobre o progresso da ispace e das próximas missões lunares, pois elas certamente trarão avanços significativos para a exploração espacial e aprimorarão ainda mais nossa compreensão da Lua e de outros corpos celestes.

Fonte:

https://ispace-inc.com/news-en/?p=4655

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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