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Faça Um Tour Virtual Pelo Novo Atlas Com Imagens de Alta Resolução do Asteroide Vesta

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observatory_150105Um atlas do gigantesco asteroide Vesta, criado a partir de imagens feitas pela missão Dawn da NASA que sobrevoou o objeto (também conhecido como um protoplaneta), está agora acessível para o público para ser explorado online. O conjunto de mapas foi criado a partir de mosaicos das 10000 imagens feitas pela câmera de enquadramento da sonda Dawn numa altitude baixa de aproximadamente 210 quilômetros acima da superfície do asteroide.

Os mapas são na sua maioria tem uma escala semelhante à escala usada nos mapas turísticos, ou seja, cada centímetro no mapa equivale a 2 quilômetros na realidade.

“Criar esse atlas tem sido algo desafiador, cada folha de mapa dessa série usou aproximadamente 400 imagens”, disse Thomas Roatsch do Deutsches Zentrum für Luft – und Raumfahrt, Alemanha, que apresentou as imagens no dia 11 de Setembro durante o European Planetary Science Congress 2013 em Londres.

“O atlas mostra como o terreno no corpo do asteroide Vesta é extremo. Na projeção de polo sul, somente, a Cratera Severina atinge uma profundidade de 18 quil6ometros, e apenas a 100 quilômetros dela está uma montanha que chega a 7 km de altura”.

O atlas é composto de 29 mapas usando três diferentes projeções: Mercator para as regiões equatoriais, Lambert cônica para as regiões de latitudes intermediárias e uma projeção estereográfica para a Bacia Rheasilvia no polo sul de Vesta. Devido ao fato da fase imageamento conhecida como LAMO ter acontecido durante o inverno no hemisfério norte de Vesta, quando o polo norte do asteroide estava mergulhado na escuridão completa, a parte do polo norte está em branco. Alguns gaps na campanha de imageamento LAMO foram preenchidos com imagens de resolução mais baixa feitas durante a fase conhecida como High Altitude Mapping Orbit (HAMO) a 700 quilômetros acima da superfície do asteroide Vesta.

Além dos mapas em alta resolução, cada arquivo que pode ser baixado também inclui um mapa índice, uma visão em perspectiva e uma mapa de relevo colorido. As linhas de contorno foram derivadas de um modelo digital de terreno do Vesta e são baseadas no elipsoide achatado que tem 285 quilômetros por 229 quilômetros em seu ponto mais largo.

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Para o objetivo do atlas, o meridiano primário de Vesta (longitude de zero graus) passa perto da pequena cratera Claudia, medindo aproximadamente 620 metros de diâmetro, e localizada em 1.66ºS e 356ºE. Todas as posições usadas pelo projeto Dawn estão no chamado Sistema Claudia. Os nomes de todas as feições estão relacionados com as Vestais Romanas, as famosas mulheres Romanas, as cidades onde o culto de Vesta é conhecido ou os festivais onde as Vestais participavam. A nomenclatura foi proposta pela equipe da sonda Dawn e aprovada pela União Astronômica Internacional.

Na mesma seção no EPSC 2013, o Dr. Alessandro Frigeri apresentou a primeira versão completa do Vesta Atlas of Spectral Parameters, de onde as informações sobre a mineralogia da superfície do asteroide podem ser inferidas. O atlas espectral representa uma composição de todas as observações feitas pelo instrumento conhecido como Visible and Infrared Mapping Spectrometer (VIR), criando um total de 84 mapas digitais com a mesma projeção usada no atlas das imagens.

“Os dois atlas são complementares”, disse Frigeri. “Ajustando os dados espectrais com as imagens da câmera de enquadramento, nós podemos correlacionar a mineralogia com as principais feições topográficas que estamos observando no asteroide”.

As imagens do atlas podem ser encontradas em http://dawn.jpl.nasa.gov/multimedia/vesta_atlas_gallery.asp e http://photojournal.jpl.nasa.gov/catalog/pia17480 .

A missão Dawn aos asteroides Vesta e Ceres é gerenciada pelo Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. A Universidade da Califórnia, Los Angeles, é responsável pela missão científica da sonda Dawn. As câmeras de enquadramento da sonda Dawn foram desenvolvidas e construídas  sob a liderança do Max Planck Institute for Solar System Research, em Katlenburg-Lindau, na Alemanha, com uma significante contribuição do DLR German Aerospace Center, Institute of Planetary Research em Berlin, e em coordenação com o Institute of Computer and Communication Network Engineering, em Braunschweig. O projeto da câmera de enquadramento é financiado pela Max Planck Society, o DLR e a NASA.

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Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-279

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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