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Espiando Através da Névoa de Titã

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Essa imagem composta mostra uma visão infravermelha da lua Titã de Saturno, obtida pela sonda Cassini da NASA, durante o sobrevoo T-114 da missão, no dia 13 de Novembro de 2015. A sonda utilizou seu instrumento chamado de Visual and Infrared Mapping Spectrometer, ou VIMS para fazer essas observações. Na imagem acima, a cor azul representa os comprimentos de onda centrados em 1.3 mícron, a cor verde, representa os comprimentos de onda centrados em 2.0 mícron, e a cor vermelha, os comprimentos de onda centrados em 5.0 mícron. Uma visão, nos comprimentos de onda da luz visível, centrada em 0.5 mícron, mostraria somente a atmosfera nublada de Titã. Os comprimentos de onda do infravermelho próximo, usados nessa imagem permitem que a visão da sonda Cassini penetre pela névoa que cobre Titã e revele a superfície da Lua.

Durante esse sobrevoo por Titã, a maior aproximação da sonda foi a uma altura de 10000 quilômetros, o que é consideravelmente mais alto do que os sobrevoos típicos, que ocorrem a cerca de 1200 quilômetros. O sobrevoo alto, permite que o instrumento VIMS registre imagens com resolução moderada de grandes áreas, normalmente de poucos quilômetros por pixel.

A imagem mostra o terreno do hemisfério de Titã que na sua maior parte está voltado para Saturno. A cena mostra regiões paralelas, escuras preenchidas com dunas, denominadas de Fensal, ao norte e Aztlan, ao sul, que adquirem a forma da letra “H”, vista de lado, na imagem.

Alguns locais na imagem mostram a superfície com uma resolução maior do que o resto. Essas áreas, chamadas de subframes, mostra mais detalhes pois elas foram adquiridas durante uma maior aproximação de Cassini a Titã. Elas possuem uma resolução mais fina, mas cobrem áreas menores do que quando a sonda Cassini estava mais distante de Titã.

Perto do limbo esquerdo, acima do centro, está a melhor imagem obtida pelo VIMS da maior cratera de impacto confirmada de Titã, a Menrva, vista pela primeira vez por radar. De maneira similar, os subframes detalhados mostram a parte leste de Xanadu, a bacia Hotei Regio e os canais dentro dos terrenos brilhantes a leste de Xanadu.

Devido às mudanças nas estações de Saturno, nessa imagem feita no final da primavera no hemisfério norte, a iluminação é significantemente diferente das outras imagens feitas pelo instrumento VIMS durante o sobrevoo T-9 em 26 de Dezembro de 2005. O Sol se moveu para mais alto no céu do hemisfério norte de Titã, e mais baixo no céu do hemisfério sul do satélite, à medida que o verão se aproxima no hemisfério norte. Essa mudança no ângulo do Sol com relação à superfície de Titã tem feito com que as altas latitudes no hemisfério sul apareçam mais escuras, enquanto que as latitudes do hemisfério norte, apareçam mais brilhantes.

A missão Cassini é um projeto cooperativo da NASA, ESA e ISA. O Laboratório de Propulsão a Jato, uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, gerencia a missão para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. O módulo orbital Cassini e duas de suas câmeras de bordo foram desenhadas, desenvolvidas e montadas no JPL. A equipe do VIMS fica baseada na Universidade do Arizona.

Para mais informações sobre a missão Cassini-Huygens, visite:

http://saturn.jpl.nasa.gov/home/index.cfm.

A home page da equipe do instrumento VIMS é:

http://www.vims.lpl.arizona.edu.

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/spaceimages/details.php?id=PIA20016

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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