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A Grande Nuvem de Magalhães e o Observatório de La Silla

À primeira vista esta imagem pode parecer um pouco confusa — a cúpula no centro da imagem é parte de uma fotografia emoldurada de beira de estrada? Será um dos telescópios do ESO flutuando no ar? Afinal, o que está acontecendo?

Infelizmente, nada tão empolgante quanto um telescópio levitando — trata-se simplesmente de um truque de perspectiva e trabalho de câmera inteligente. Nesta imagem, o telescópio dinamarquês de 1,54 metro encontra-se perfeitamente centrado e refletido num dos muitos espelhos que estão colocados ao lado da estrada que rodeia todo o Observatório de La Silla do ESO. O telescópio parece apontar em direção à Grande Nuvem de Magalhães, como se a estivesse observando. A Grande Nuvem de Magalhães é uma pequena galáxia próxima que orbita a Via Láctea e pode ser vista no canto superior esquerdo da imagem.

Devido à técnica extremamente sensível utilizada para fazer esta fotografia, podemos ver em todo o céu um brilho verde suave conhecido por luminescência atmosférica, que é causado pela emissão fraca de luz na atmosfera terrestre. À distância, além do Sol poente no centro da imagem, podemos ver ainda fracos halos alaranjados que marcam a localização de vilas e cidades muito distantes, situadas além do horizonte montanhoso.

O Observatório de La Silla se situa na periferia do deserto chileno do Atacama, 2400 metros acima do nível do mar. La Silla tem sido o reduto do ESO desde os anos 1960, operando atualmente dois dos telescópios mais produtivos do mundo na classe dos 4 metros. Esta fotografia muito original de La Silla foi obtida pelo Embaixador Fotográfico do ESO Yuri Beletsky.

Crédito:

ESO/Y. Beletsky (LCO)

Fonte:

https://www.eso.org/public/brazil/images/potw2111a/?lang

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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