Descoberta feita pela sonda Cassini da NASA tem revelado um cometa que pode quebrar um recorde no Sistema Solar, com uma cauda de íons que tem mais de 7 vezes a distância entre a Terra e o Sol de comprimento.
Astrônomos analisaram dados da sonda Cassini, obtidos em 2002, quando ela estava viajando entre Júpiter e Saturno. Durante esse período, a sonda usou o seu instrumento de plasma para estudar as partículas carregadas emitidas pelo Sol através do vento solar.
Os astrônomos puderam identificar um notável aumento nos prótons detectados pela sonda em março de 2002, algo que até agora era inexplicável. Mas agora parece que encontraram o culpado por isso. Pelos estudos feitos, essa anomalia seria causada pelos íons de hidrogênio soprados pelo vento solar do cometa conhecido como 153P/Ikeya-Zhang.
Os cometas são conhecidos por terem uma cauda de poeira, que é composta de poeira e gás e por uma cauda de íons, causada pelo vento solar que empurra os íons para trás do cometa. Ambas crescem, à medida que o cometa se aproxima do Sol. Com base no número de prótons detectados e a posição do cometa os astrônomos acreditam que o que a Cassini detectou foi a cauda do cometa 153P.
No momento das medidas, o cometa 153P estava a 6.5 UA de distância da Cassini, mas como o cometa segue uma órbita curvada ao redor do Sol, os astrônomos estimam que a cauda teria no mínimo 7.5 UA de extensão, ou seja, mais de 1 bilhão de quilômetros. Se isso se confirmar será a maior cauda de cometa já detectada no Sistema Solar, o recorde anterior pertencia à cauda de íons do Cometa Hyakutake que foi medida com 3.8 UA, pela NASA e pela sonda europeia Ulysses em 1996.
Essas medidas só são possíveis quando a sonda cruza a órbita do cometa, o que acontece poucas vezes. Por falar nisso, a sonda Solar Orbiter da ESA irá passar pela cauda do cometa C/2019 Y4 (ATLAS) no mês de junho de 2020.
Essas medidas mostraram para os astrônomos que as caudas do cometa podem ir muito além dos 7.5 UA. Na verdade eles disseram que não há razão para duvidar que a cauda de um cometa pode chegar até a borda da heliosfera, onde o vento solar atinge o meio interestelar.
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