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3 Satélites Starlink da SpaceX Perderam Contato E Irão Queimar na Atmosfera Os Outros 57 Passam Bem

Três dos 60 satélites da SpaceX lançados em Maio de 2019, para dar início à megaconstelação de banda larga, perderam o contato com as equipes de controle em solo, disse um porta-voz da SpaceX no dia 28 de Junho.

Esses três satélites serão “destruídos” passivamente, num processo conhecido como deorbit. A gravidade da Terra e o arrasto atmosférico irão puxar os satélites para baixo, até que eles irão queimar totalmente na atmosfera da Terra.

Observadores têm notado que alguns satélites Starlink não iniciaram a sua subida para a órbita correta depois de terem sido lançados em 23 de Maio de 2019 a bordo do Falcon 9 numa órbita a 440 km de altura. A SpaceX disse em 31 de Maio de 2019, que todos os 60 satélites estavam respondendo normalmente, pelo menos inicialmente.

O porta-voz da SpaceX, em um comunicado no dia 28 de Junho de 2019, disse que a empresa irá intencionalmente queimar os dois satélites na atmosfera da Terra, e isso servirá até mesmo para testar a habilidade dos satélites usarem seu sistema de propulsão para realizar essa queima na atmosfera.

“Três satélites que inicialmente estavam comunicando com o solo, mas agora não estão mais funcionando serão queimados de na atmosfera de forma passiva”, disse o porta-voz. “Devido ao seu design e a sua posição na órbita baixa da Terra, todos os 3 satélites irão se desintegrar totalmente quando queimarem na atmosfera, em apoio ao compromisso da SpaceX em limpar o ambiente espacial”.

O fundador da SpaceX, Elon Musk, salientou que os primeiros satélites da rede Starlink têm um alto risco de não funcionarem devido à grande quantidade de tecnologia recém-desenvolvida que eles carregam.

“É possível que alguns desses satélites possam não funcionar e de fato, existe uma pequena possibilidade que todos eles não funcionem”, disse Elon Musk durante uma conferência com os jornalistas no dia 15 de Maio de 2019. “Mas eles têm um grande design e nós fizemos tudo que pudemos para maximizar a probabilidade de sucesso”.

A SpaceX solicitou e recebeu aprovação da Comissão de Comunicação Federal dos EUA para operar uma porção da sua megaconstelação de satélites numa órbita de 550 km, ao invés da órbita previamente planejada de 150 km de altitude. A órbita mais baixa significaria que os satélites iriam queimar na atmosfera da Terra dentro de 5 anos, sem propulsão, de acordo com a SpaceX.

O porta-voz da SpaceX disse que 45 dos 60 satélites da Starlink atingiram suas altitudes programadas. Outros 5 estão em processo de chegar nessa órbita, e os últimos 5 estão passando por um processo de checagem antes também de subirem para a órbita programada, disse o porta-voz da empresa.

Os 60 satélites da SpaceX lançados em Maio de 2019 não estão no design final para a constelação que irá contar no final com cerca de 12000 satélites. Os satélites não possuem o link inter-satélites esperados para as futuras gerações e possuem características que a empresa pode testar diferentes tecnologias.

“A SpaceX implementou pequenas variações nos 60 satélites, para poder maximizar a capacidade operacional da frota”, disse o porta-voz. “Nós estamos satisfeitos com o desempenho até o momento dos satélites, mas iremos continuar impulsionando capacidades operacionais nos satélites para informar futuras interações”.

O porta-voz, disse ainda, que a SpaceX irá usar os primeiros satélites da Starlink para testar a velocidade do sinal e a capacidade deles para fazer streaming de vídeos e jogar alguns jogos que precisam de uma banda larga poderosa usando gateways através da América do Norte.

A SpaceX informou que com os satélites na órbita a 550 km de altitude significa que eles podem atingir uma latência de 15 milissegundos, uma notável diferença com os satélites geoestacionários que têm uma latência de meio segundo ou mais no sinal.

A SpaceX é a primeira entre as 11 participantes do processamento de espectro da banda Ku-Ka da Comissào de Comunicação Federal a ter satélites não geossíncronos operando sobre os EUA. A SpaceX disse para a FCC em 12 de Junho de 2019 através de uma carta, que ser a primeira, significa que a empresa empresa encontrou as condições de ser a primeira escolha nos EUA para as frequências base de rádio na banda Ku, em um evento de interferência na linha com outra operadora de satélites não geossíncronos.

Duas outras constelações de satélites de empresas disputam essa posição com a SpaceX. A empresa OneWeb, baseada em Londres, e a Kepler Communications do Canadá. Essas duas possuem satélites em órbita e autorização do FCC para fornecer serviços de comunicação nos EUA. A OneWeb lançou 6 dos seus 648 satélites iniciais em Fevereiro de 2019, e a Kepler tem 2 satélites em órbita lançados em Fevereiro de 2019 e planeja ter 140 satélites em órbita da Terra parra fornecer internet de banda larga para todo o mundo.

Fonte:

https://spacenews.com/contact-lost-with-three-starlink-satellites-other-57-healthy/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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