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W49B – A bola de Fogo Local

w49b_chandra

observatory_150105Há cinquenta anos atrás mais ou menos, a fornalha termonuclear no coração de uma estrela muito massiva testou se uma estrela, ou qualquer estrela assim concebida e criada poderia perdurar. Mas ela não podia. A explosão resultante atravessou a Via Láctea em uma bola de fogo titânica, deixando para trás uma estranha remanescente em forma de barril conhecida como W49B, e não muito mais, além disso. Os astrônomos têm procurado  para ver se uma estrela de nêutrons ou um pulsar foi deixado para trás como uma cinza do núcleo estelar, como já se pôde observar em outras remanescentes de supernova, mais notado na Nebulosa do Caranguejo. Na imagem em raios-X, mostrada acima, e obtida pelo Observatório de Raios-X Chandra, os astrônomos foram capazes de medir a distribuição do material nuclear expelido pela explosão. Curiosamente esse material foi espalhado de maneira assimétrica, com os átomos de ferro mostrados em roxo na imagem acima, sendo encontrados em somente um dos lados da remanescente, enquanto que os átomos mais leves de silício, mostrados em azul nessa imagem, foram espalhados por toda a parte. Essa estranha distribuição, e a natureza em forma de barril da nebulosa, sugere que a explosão da estrela foi extremamente massiva, com um forte vento estelar, reforçado ao longo do eixo de rotação da estrela. Uma explosão desse tipo de objeto deveria ter produzido uma brilhante explosão de raios-gamma, e deveria ter deixado para trás uma ruga no tecido do espaço-tempo chamada de buraco negro. Os astrônomos nesse caso estão totalmente dedicados à grande tarefa de revelar a formação e a eventual morte dessas estrelas, estudando como elas explodem e como elas poluem seus ambientes num trabalho inacabado de enriquecimento cósmico químico. Com novas observações é possível resolver a parte remanescente dessas horadas estrelas que morreram, ajudando assim os astrônomos a entenderem como elementos químicos complexos foram criados e então distribuídos  dando origem a novas gerações de estrelas, garantindo que sistemas de estrelas, pelas estrelas e para as estrelas não desapareçam da galáxia.

Fonte:

http://heasarc.gsfc.nasa.gov/docs/objects/heapow/heapow.html

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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