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Vulcões E Oceanos Podem Ser Comuns Em Exoplanetas Parecidos Com a Terra

Nas últimas décadas forma descobertos mais de 4000 exoplanetas pelos astrônomos. Nós ainda não encontramos um planeta que seja irmão gêmeo da Terra, mas em todos esses exoplanetas, alguns apresentam características semelhantes com a do nosso planeta e até podem de alguma forma abrigar a vida. Entre as condições para abrigar a vida, a existência de vulcanismo e atividade hidrotermal, podem ajudar e muito que esses exoplanetas sejam realmente parecidos com o nosso.

Uma equipe de pesquisadores, observou 53 exoplanetas com uma massa de até 8 vezes a massa da Terra, e um tamanho de 2 vezes o tamanho do nosso planeta, e então modelaram como esses mundos poderiam ser geologicamente ativos. A modelagem sugere que todos os mundos provavelmente tenham atividade vulcânica, e que 1 quarto deles sejam os chamados mundos oceânicos, ou seja, abrigando um oceano abaixo de uma crosta congelada.

Os pesquisadores descobriram possibilidades intrigantes entre algumas propriedades dos potenciais exoplanetas e das luas congeladas do sistema solar, como Europa e Encélado. Esses dois satélites são considerados mundos oceânicos e possivelmente são locais onde a vida possa existir além da Terra. Se os exoplanetas estudados tiverem uma crosta congelada, oceanos profundos e gêiseres, como esses satélites, então eles podem também serem candidatos à vida.

Se um planeta possui uma densidade menor que a da Terra, isso é um indicativo que ele possa ter mais água e não tanta rocha e ferro. E se a temperatura do planeta permite a presença de água no estado líquido então temos um mundo oceânico. Mas se a temperatura do planeta é menor que 0 graus Celsius, onde a água congela, então nós temos um mundo oceânica congelado, e a densidade desses planetas é ainda menor.

Os pesquisadores começaram com considerações básicas em termos de massa, volume, e distância do planeta até a sua estrela e a presença de outros mundos para poder estimar quanto calor interno esses planetas teriam. Os modelos sugerem que todos esses mundos possuem energia suficiente para ter feições geológicas complexas como vulcões e fontes hidrotermais no assoalho dos oceanos.

À distância pode ser que esses mundos pareçam hostis para a vida, mas ela não deve ser totalmente descartada.

Futuras missões irão procurar por sinais de vida além do sistema solar focadas em planetas como o nosso que possuem uma biosfera global, que é tão abundante que pode mudar a química da atmosfera. Mas no sistema solar, as luas congeladas com oceanos, que estão distantes do calor do Sol, ainda assim mostram que elas podem ter as características que pensamos ser necessárias para o desenvolvimento da vida.

Instrumentos astronômicos de próxima geração como o Telescópio Espacial James Webb e o Extremely Large Telescope do ESO, além de outros observatórios que veem por aí, devem ser capazes de estudar esses mundos distantes em mais detalhe e assim podem descobrir sinais de atividade vulcânica, tectonismo, e a presença de fontes hidrotermais, ou seja, encontrar mundos que sejam bem plausíveis para conter a tão esperada vida.

Fonte:

https://www.iflscience.com/space/volcanos-and-giant-oceans-could-be-common-in-earth-sized-exoplanets/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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