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Vulcão Submerso em Erupção

Oceanógrafos utilizando um veículo remotamente controlado descobriram e gravaram o primeiro vídeo do mais profundo vulcão submoerso em erupção. O veículo ROV JAson capturou o evento de erupção de lava derretida a aproximadamente 1.2 Km abaixo do nível do mar no Oceano Pacífico, na região do Anel de Fogo, próximo as ilhas Fiji, Tonga e Samoa. “Foi sensacional. Nós nunca vimos algo como isso no assoalho oceânico”, disse Bob Embley, um geólogo marinho do NOAA, que descreveu o evento como um dia da independência subaquático. “Quando começamos a ver os flashes de luz, todos se surpreenderam. Então focamos toda a atenção no trabalho para entender o que estávamos observando”.

Os cientistas apresentaram o vídeo na conferência de primavera da AGU que aconteceu em San Francisco. O vídeo foi feito em mio de 2009, e a equipe de cientistas disse que o vulcão submerso ainda está em erupção, que pode ter iniciado no fianl de 2008.

Embley disse que a erupção não pode ser vista acima da água, mas existia uma anomalia na coluna de água que indicava que a erupção estava acontecendo. Nós sabíamos mesmo a centenas de metros de distância onde a erupção estava acontecendo.

Existem atualmente 2 regiões de erupções, mas o vídeo mostra somente a mas espetacular delas. Pode-se ver no vídeo o magma explodindo em direção ao nível do mar, com fragmentos de rocha sendo propelidos e fluxo de magma escorrendo pelo vulcão. Plumas de enxofre quente também podem ser observadas. Além disse algumas labaredas que esquentam a água até 1371 graus Celsius.

O vulcão pode ser classificado como sendo do tipo Boninita, classe essa que só foi observada até agora em vulcões extintos com mais de 1 milhão de anos.

Amostras coletadas próximas ao vulcão mostram a água do ocenao altamente ácida, similar ao líquido estomacal ou a água de bateria, disseram os pesquisadores. Embora essas condições sejam altamente hostis,  os cientistas observaram uma espécie de camarão que aparentemente consegue viver próximo do vulcão.

“Ninguém havia previsto que alguma coisa pudesse sobreviver tempo suficiente numa água tão ácida. São condições extremamente hostis para o desenvolvimento da vida”, disse Joseph Resing, químico oceanógrafo da Universidade de Washington.

Os cientistas esperam retornar em alguns meses para o local e tentar observar quais outras criaturas poderiam sobreviver em tais condições.

(Fonte: http://www.noaa.gov/)

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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