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Direto do Observatório Lunar Vaz Tolentino: Mare HUMORUM & GASSENDI em 04 de março de 2012, 21h08m

MARE HUMORUM – 425 Km (265 milhas) de diâmetro. Lat: 24.4º S  Long: 38.6º W.   

Foto no mapa LAC 93.

Melhor época para observação: 3 dias após à fase “quarto crescente” ou 2 dias depois da fase “quarto minguante”.

Mare Humorum (Mar da Umidade) está entre os menores mares (ou “maria”) da Lua. Seu perímetro é “pavimentado” por lava basáltica escura, rica em ferro e magnésio, sendo visível a olho nu e facilmente identificável quando a Lua estiver próxima da fase “Lua Cheia”. Também é facilmente definida com o uso de telescópio, pois é contornada por montanhas e crateras brilhantes. O arco de montanhas define uma bacia quase circular com 425 Km (265 milhas) de diâmetro.

Inicialmente, era uma gigante depressão tendo talvez de 3 a 5 Km de profundidade. Tempos depois, impactos de asteróides e cometas criaram as grandes crateras que são vistas em suas bordas e muitas outras em seu interior que não são mais visíveis. Porém, a pré-existente grande depressão da bacia original, produziu profundas fraturas na crosta, possibilitando vários escapes para erupções de magma. A lava inundou a bacia com profundidade suficiente para soterrar muitas das crateras existentes em superfícies baixas de seu interior. Só aquelas em locais mais altos sobreviveram, como por exemplo, a cratera Gassendi.

GASSENDI – Cratera com 110 Km (69 milhas) de diâmetro. Lat: 17.6º S  Long: 40.1º W.

Foto no mapa LAC 93.

Melhor época para observação: 3 dias após à fase “quarto crescente” ou 2 dias depois da fase “quarto minguante”. 

Quem foi Pierre Gassendi ? Astrônomo, matemático, filósofo e padre frances (1592-1655).

A grande cratera Gassendi está destacadamente localizada na margem norte do Mare Humorum e foi inundada por lava quando da formação do referido Mare. Por isso, somente a sua borda circular e os picos centrais sobressaem-se acima da superfície.  Ao longo da borda de Gassendi, encontramos partes com alturas que variam de 200m a 2,5 Km acima da superfície. A superfície da cratera é cortado por um sistema de vários canais (rille), que dão um aspecto “fraturado” ao piso. Esse sistema de canais recebeu o nome de Rimae Gassendi. 

No lado norte de sua borda (lado mais elevado) existe uma pequena cratera “intrusa”, conhecida como “Gassendi A” (Lat: 15.5º S  Long: 39.7º W). O posicionamento de “Gassendi A” em relação à Gassendi, forma uma imagem semelhante a um anel com pedra preciosa.

Em abril de 1966, membros do “BAA Lunar Section” (British Astronomical Association – Seção Lunar) reportaram a aparição de uma súbita incandescência avermelhada em Gassendi. Essa coloração avermelhada foi confirmada por vários observadores experientes da época. A partir daí, Gassendi tornou-se um alvo quente para a procura de TLP (Transient Lunar Phenomena) – fenômeno lunar transitório, breve ou passageiro, que são descritos como aparições rápidas de luzes, cores ou mudança de aparência no visual, o que poderia demonstrar a existência de manifestações vulcânicas, escape de gases ou outros processos geológicos que supostamente implicaria que a lua não estaria geologicamente morta.

Ao norte de Gassendi encontra-se uma grande e quase fantasma cratera que foi inundada de lava conhecida como Letronne (diâmetro: 116 Km, Lat: 10.8º S  Long: 42.5º W). A parte norte da borda dessa cratera foi encoberta pela lava, fazendo uma abertura para o Oceanuns Procellarum (Oceano das Tormentas).

Externamente junto a margem oeste do Mare Humorum está situada a cratera Mersenius (diâmetro: 84 Km, Lat: 21.5º S  Long: 49.2º W). Na margem sul encontra-se a quase fantasma cratera Doppelmayer (diâmetro: 63 Km, Lat: 28.5 º S  Long:41.4 º W). Na margem leste existe a quase fantasma cratera Hippalus (diâmetro: 57 Km, Lat: 24.8º S  Long: 30.2º W).

Dados técnicos da foto:

Autor:

Ricardo José Vaz Tolentino.

Data e Hora:            

4? de ?março? de ?2012, ??21h08m.

Foto com apenas 1 frame, sem longa exposição ou “empilhamento”. Não foram utilizados filtros.

Telescópio:                        

Refletor Dobsoniano SkyWatcher Collapsible Truss-Tube;

Diâmetro Espelho Primário:      

305mm (12”);

Distância Focal:                 

1500mm;

Focal/Ratio – (f/):               

5;

Tripé ou Montagem:                     

Dobsoniana;

Barlow:                                

Celestron Ultima 2X Barlow;

Câmera:                               

Orion StarShoot Solar System Color Imager III;

Para mais informações e mais imagens da Lua e dos objetos do Sistema Solar, visitem o site do Observatório Lunar Vaz Tolentino: www.vaztolentino.com.br

Fonte:

www.vaztolentino.com.br

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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