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Velhos Dados e Novas Ideias Sobre a Lua


Com a grande quantidade de novas missões para a Lua nos últimos anos é natural que novos livros devam aparecer. Mas antes que esses novos dados sejam processados e publicados aqui está um exemplo do que pode ser feito com dados antigos. Apesar da grande cobertura e das belas imagens obtidas pela sonda LRO e pelo mapeamento topográfico por ela feito, a maior parte dos artigos na nova publicação da Geological Society of America usa dados das sondas Lunar Orbiter e da Clementine.  Contudo, esses 7 artigos mostram que ainda existe grande valor nos dados velhos. Um dos artigos desse volume que certamente será citado por muito tempo é o escrito por Harald Hiesinger e  seus colegas e é apresentado ao final desse post, nesse artigo os autores completam a determinação da idade dos mares lunares. Com base na contagem das crateras eles encontraram que a maior parte do vulcanismo lunar ocorreu entre 3.8 e 3.3 bilhões de anos atrás e driblou por aproximadamente 1.1 bilhão de anos os resultados de Herb Frey que usaram dados de topografia pré-LOLA  para pesquisar por velhas bacias degradadas, esse trabalho está agora sendo repetido com dados altimétricos do LOLA que são dados muito melhores. Estudos estratigráficos das Bacias Schrödinger e da Bacia do Polo Sul Aitken (SPA) e comparações do Vale Schröters com erupções atuais do Havaí fornecem novas ideias também. O artigo mais controverso vem de Pete Schultz e David Crawford que propôs que um impacto oblíquo formou a SPA concentrando a fraqueza da rugosidade de seu terreno. Isso seria considerado pelo grande sistema de feições concêntricas que têm de acordo com os autores, sido erroneamente interpretados como a antiga Bacia Procellarum, e que também localizou os mares no quadrante noroeste do lado visível da Lua. Essa teoria é qualificada como audaciosa e que presumidamente será testada com novos dados.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/August+28%2C+2011


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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