fbpx

Uma Lua Avermelhada Nasce No Paranal, O Lar do VLT, Anunciando Mais Uma Noite de Trabalhos


No fundo do coração do Deserto de Atacama no Chile, o lar do Observatório Paranal, o Sol se põe dando início a mais uma noite clara e com certeza cheia de trabalho. Essa bela foto, foi feita por Gianluca Lombardi, um dos Embaixadores Fotográficos do ESO mostra um dos quatro Auxiliary Telescopes (ATs) que pertencem ao Very Large Telescope do ESO (VLT) com sua silhueta marcada contra vívido céu rosa e azul. A Lua cheia, parece se equilibrar sobre o horizonte, tem um tonalidade avermelhada distinta, um fenômeno causado pelo espalhamento da luz pela atmosfera da Terra.

Quando a Lua está próxima do horizonte, a luz que nós vimos dela precisa viajar através de uma espessura muito maior da atmosfera, assim os efeitos de espalhamento são aumentados. Como a luz vermelha é mais resistente ao espalhamento do que a verde ou a azul, nossa visão da Lua é avermelhada. O efeito de se ver a Lua avermelhada é de alguma forma menos pronunciado em locais como o Paranal, pelo fato do ar limpo conter menos partículas que causam esse espalhamento. Em adição a isso, a localização isolada do Paranal, longe da civilização e das fontes de poluição luminosa, fazem dele o local perfeito para o desenvolvimento da astronomia baseada em Terra.

Os Auxiliary Telescopes de 1.8 metros de diâmetro são partes integrantes do Interferômetro do VLT, o VLTI. Enquanto que os Unit Telescopes são engajados em atividades independentes, os ATs são devotados 100% do tempo à interferometria. Uma vantagem disso é que os ATs podem ser usados para observações de longos períodos de monitoramento e acompanhamento o que permite que se façam medidas precisas excepcionais da posição do objeto alvo, isso é conhecido como o modo de Narrow Angle Astrometry do VLTI. Os telescópios ATs são móveis e capazes de serem posicionados entre 30 diferentes posições de observação. Utilizando toda a plataforma do Paranal é possível conseguir uma separação de 202 metros entre os ATs, a mais longo linha de base do VLTI.

Fonte:

http://www.eso.org/public/images/potw1137a/


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

Veja todos os posts

Arquivo