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Uma Imagem da Lua, Uma Lição de Geologia

Os três processos geológicos responsáveis por formar a maior parte da superfície da Lua podem ser vistos nesse pedaço do satélite localizado ao sul do Mare Imbrium. Cratera de impactos, tanto primárias como secundárias, estão dispersas por toda a cena, o vulcanismo aparece como fluxos massivos de lava e por pequenas crateras e canais; e o tectonismo que eleva as cadeias dos mares que cruzam a superfície. A feição mais proeminente é a cadeia de crateras secundárias que se sobrepõe na parte central direita. Essas crateras secundárias devem ter se formado por pedaços de rochas que foram escavados durante o evento de impacto que criou a cratera Copernicus e que não se separaram muito durante sua curta trajetória balística desde a cratera original. Através da parte inferior da imagem existe outro tipo de crateras secundárias onde a separação do material ejetado foi grande o suficiente para que pequenos pedaços de detritos criassem de forma típica uma grande crateras e algumas pequenas. Em ambos os casos a forma em V do material ejetado mostra que existiu uma forte componente horizontal de velocidade longe da Copernicus. O rastro secundário inferior é típico de crateras que ocorrem ao longo de um raio, que tem seu brilho observado somente quando o Sol a ilumina com um ângulo baixo. Embora não existam frentes de fluxo vulcânico preservados aqui, possivelmente elas foram originadas próximo, porém crateras de menor escala tem sido erodida nas frentes mais distantes. A maior feição vulcânica discreta é o canal sinuoso que aparece próximo da parte inferior esquerda da imagem, sua fonte é a cavidade sem anel na parte terminal sul. Esse canal sem nome é essencialmente invisível nas imagens da sonda Lunar Orbiter IV mas aparece no mosaico feito pela sonda LRO do lado visível da Lua. Além da parte terminal norte do canal existe uma fonte estreita e alongada que parece estar ao redor. Outra fonte vulcânica em tonalidades claras aparece próximo da parte superior central da imagem. Ela parece um segmento muito curto de um canal sinuoso. E acima e a esquerda dela existe uma estreita cadeia de crateras secundárias. Será que alguém consegue identificar a sua origem? Fica aqui o desafio.

Fonte:

http://lpod.wikispaces.com/March+27%2C+2011

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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