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Uma Família de Estrelas Que Está se Separando

A maioria dos ricos aglomerados estelares globulares que orbitam a Via Láctea tem núcleos que são preenchidos de forma apertada com muitas estrelas, mas o NGC 288 é um dos poucos aglomerados considerados de baixa concentração, com as estrelas mais relaxadas em relação a atração mútua. Essa nova imagem feita com a Advanced Camera for Surveys do Telescópio Espacial Hubble das agências espaciais NASA e ESA resolve de forma completa as velhas estrelas localizadas no centro do aglomerado.

As cores e o brilho das estrelas na imagens contam a história de como as estrelas se desenvolveram no aglomerado. Os muitos pontos mais apagados de luz são estrelas normais de baixa massa que ainda estão fundindo hidrogênio da mesma maneira que o Sol. As estrelas mais brilhantes são separadas em duas classes: as amarelas e as gigantes vermelhas que estão na última fase de suas vidas e são agora maiores, mais frias e mais brilhantes. As estrelas azuis brilhantes são as estrelas mais massivas que têm deixado a fase de gigante vermelha e estão sendo energizadas pela fusão do hélio em seus núcleos.

As estrelas dentro dos aglomerados globulares formam aproximadamente na mesma época a partir da mesma nuvem de gás, fazendo delas famílias próximas de estrelas. Contudo, os astrônomos pensam que as irmãs estelares em aglomerados globulares de baixa concentração como o NGC 288 que não são fortemente unidos pela gravidade são aglomerados mais ricos e mais densos podendo eventualmente se dispersarem e tendo suas parte vagando para caminhos separados.

O NGC 288 é encontrado dentro da obscura constelação do céu do norte Sculptor a uma distância de aproximadamente 30000 anos-luz. Essa constelação também possui a NGC 253, mais conhecida como Galáxia do Sculptor devido a sua localização e esses dois objetos do céu profundo são próximos o suficiente no céu para serem observados no mesmo campo de visão binocular. William Herschel foi o primeiro a registrar a presença do NGC 288 em 1785 e também reconheceu que ele era um aglomerado globular que poderia ter suas estrelas individualmente identificadas em seu telescópio.

Essa imagem foi criada a partir de uma série de imagens feitas pelo Hubble usando o seu Wide Field Channel da Advanced Camera for Surveys através de diferentes filtros. A luz registrada pelo filtro azul (F435W) é colorida em azul, a luz captada através do filtro laranja (F606W) aparece em verde, a luz registrada através do infravermelho próximo (F814W) aparece vermelha e finalmente a luz proveniente do brilho do hidrogênio (F658W) aparece em laranja. Os tempos de exposição utilizados foram de 740s, 530s, 610s e 1760s respectivamente e o campo de visão é de 3.2 arcos de minutos de diâmetro.

Fonte:

http://spacetelescope.org/images/potw1111a/

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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