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Um Mapa Petrográfico da Lua

A imagem dupla da Lua mostrada acima é uma imagem da razão de maturação à esquerda e uma imagem de razão máfica à direita. Essas imagens mostram o quanto a superfície da Lua é jovem, no caso da razão de maturação e sobre a composição da superfície, informação que pode ser adquirida das imagens de maturação e máfica. O astrônomo Piotr que fez essa composição tinha como objetivo usar os filtros usados profissionalmente para estudar a Lua, Mercúrio e Vesta. Em suas imagens petrográficas da Lua ele usou alguns filtros: um passa longa de 1000 nm e 940, 905, 745, 425 nm passa banda, esses filtros são próximos das bandas de frequências descritas em artigos. Com esses filtros ele usou 65/420 nm TSAPO65Q e Atik 314L+.

O que foi incomum foi à necessidade de dividir uma imagem pela outra. Para fazer imagens de razão máfica e de saturação, o intemperismo espacial precisa ser considerado. Quanto mais tempo o regolito é exposto ao Sol, mais escuro fica o terreno e isso pode dar um resultado falso positivo numa determinada banda de frequência em que o mineral absorve luz. Os cientistas analisaram o problema e descobriram que um comprimento de onda de aproximadamente 750 nm pode ser considerado de boa referência, nesse comprimento de onda não ocorre a absorção por nenhum mineral que são cobertos por outros filtros da lista. Desse modo, temos a seguinte configuração:

A imagem de maturação é feita combinando a cor vermelha, 7550/415 nm (ou seja, a imagem de 750 nm dividida pela imagem de 415 nm); a cor verde 750/1000 nm e a cor azul de 415/750 nm.

A imagem de razão máfica foi gerada combinando: a cor vermelha de 750/900 nm, a cor verde de 750/1000 nm e a cor azul de 750/950 nm.

Imagens feitas em cores RGB falsas a partir desses conjuntos mostram a Lua em várias cores. Cada cor tem um significado, por exemplo, a cor azul na imagem de razão de maturação significa normalmente material recente. A cor verde na imagem de razão máfica está relacionada à presença de olivina e assim por diante. Os filtros usados, embora não estejam centrados nesses comprimentos de onda, os seus resultados ainda são corretos com o significado das cores.

A partir da imagem de maturação pode-se dizer que a cratera Tycho e o seu material ejetado são azuis devido ao fato de ser recente. A área da Copernicus apresenta uma coloração azul escura basaltos com pouco titânio. As regiões altas são mais velhas e aparecem laranja e vermelho. Os mares são ricos em Ti e se apresentam em azul claro. As rochas vulcânicas ricas em ferro se apresentam em amarelo, do mesmo modo que o regolito mais novo dos mares também pode ser amarelo.

A partir da imagem de razão máfica é possível dizer que: as áreas em roxo representam baixo piroxênio em Ca, ortopiroxênio ou norita. As regiões em verde claro representam a olivina.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/March+7%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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