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Um Mapa Brilhante da Lua

Muitas oportunidades de se observar feições interessantes da Lua, são perdidas pois os astrônomos amadores olham para outros cantos do céu quando a fase da Lua está próxima da cheia. A imagem acima tenta desfazer esse mito, já que mostra um mosaico de resolução intermediária de toda a parte da Lua observável num dado momento e com o nosso satélite perto da fase cheia. Nessa imagem pode-se ver claramente a complexidade dos padrões de porções brilhantes e escuras e as várias tonalidades existentes entre elas. A parte em destaque na imagem acima mostra que claramente a superfície do Mare Imbrium possui duas tonalidades principais, uma tonalidade de cinza mais claro observado na metade leste e uma porção mais escura, muito bem definida cobrindo partes da região centro-oeste. A parte mais escura do mar é mais jovem e possui a melhor frente de fluxões lava preservada na Lua. O Mare Imbrium é mais sutilmente marcado por diferentes padrões de crateras de raios. Entre os raios visíveis pode-se citar os da cratera Copernicus (que está fora da imagem além da borda inferior), que são brilhantes, largos com terminações brilhantes ao norte. Os da cratera Aristarchus, são mais curtos, mais finos e mais acinzentados, enquanto que os da Aristilus são longos, finos e menos proeminentes, possivelmente pelo fato de atravessarem uma parte do mar com terreno mais brilhante. Vocês conseguiram notar que a cratera C. Herschel é uma cratera de halo escuro? A imagem acima, embora mostre detalhes impressionantes é chamada de resolução moderada pois foi feita com um telescópio de foco primário f/10 e tem 23 milhões de pixels, grande parte das imagens da Lua que observamos tem uma escala maior e mostram mais detalhes. O astrônomo responsável pela imagem acima está preparando um novo mosaico que deverá ser feito em f/16 e que terá 64 milhões de pixels, e que com certeza irá precisar de mais uma centena de AVIs. A única coleção completa de imagens telescópicas da Lua feitas em alta resolução e do mó Sol alto é a Part II do Consolidated Lunar Atlas (http://www.lpi.usra.edu/resources/cla/maps/part_ii/), e mesmo assim a resolução é quase que a mesma que apresentada por essa imagem em f/10. Em f/16, a Lua ainda espera ser mapeada.

Fonte:

http://lpod.wikispaces.com/May+14%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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