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Terremoto do Chile: Por que a Tsunami não foi Destruidora

Enquanto um enorme terremoto ao longo da costa do Chile disparou uma tsunami que se moveu na velocidade de um jato através do Ocenao Pacífico em 27 de Fevereiro de 2010, o evento, foi menor do que os cientistas esperavam. Alguns especialistas previam que o evento pudesse produzir ondas de tsunami com 9 pés de altura. Com uma magnitude de 8.8, esse terremoto está entre os maiores já registrado. Então, por que a tsunami resultante não foi um mega evento? “É muito cedo para sabermos ao certo”, disse Anne Sheehan, geóloga da Universidade do Colorado em Boulder.

“Esse foi um terremoto realmente grande, raso e na costa”, disse Sheehan. “Esse tipo de terremoto pode gerar uma grande tsunami se ele deslocar uma grande área do assoalho oceânico verticalmente. Pode ser que a maior parte do deslocamento causado pelo terremoto tenha acontecido abaixo do assoalho oceânico, e a ruptura no fundo do mar não foi tão grande quanto a esperada para um tremor dessa magnitude”. Sheehan disse que o terremoto chileno teve uma energia mais de 400 vezes a energia do terremoto recente ocorrido no Haiti. “Foi um terremoto verdadeiramente grande em termos de energia, o maior do mundo desde o da Sumatra em 2004 e o quinto maior desde 1900”, disse ela.

O terremoto que gerou a grande tsunami no Oceano Índico em 2004 lançou uma energia estimada em 23000 vezes a energia de uma bomba como a que caiu em Hiroshima, de acordo com o USGS. O terremoto do Chile de 8.8 gerou uma energia de 20 bilhões de toneladas de TNT, ou 400 vezes mais energia do que a maior bomba atômica já detonada, a Bomba Tsar, um teste de 50 megaton feito pela Rússia em 1961.

O Chile está localizado no famoso Anel de Fogo, que vai para o norte desde América do sul até as Ilhas Aleutas e se fecha com Japão, Indonésia e Nova Zelândia. A zona de falha do terremoto do Chile é extremamente longa, centenas de milhas, apontando para o potencial da região para outros terremotos.

“Esse enorme terremoto no Hemisfério Sul tem um potencial de causar tsunamis em todo o anel do Pacífico”, disse Sheehan. “Felizmente, as pessoas tem um entendimento muito maior desse fenômeno hoje em dia. Antes de 2004, muitas pessoas não sabiam o que era uma tsunami”.

Sheehan disse que acredita que as lições aprendidas pelos especialistas chilenos no maior terremoto já registrado de 9.5 e nos terremotos ocorridos nas décadas subseqüentes, fez com que eles gerassem um conjunto de códigos que podem ser usados para salvar muitas vidas. “A quantidade de mortos esperados é muito menor que no Haiti, um exemplo de que a mitigação de esforços pode ser realmente efetiva”.

Lições aprendidas com o fenômeno de 2004 também permitem aos oficiais enviarem avisos antecipados e iniciar a desocupação de lugares ameaçados. Agora, está se aprendendo cada vez mais sobre a natureza dos tsunamis, e com isso as previsões futuras irão melhorar.

Mapa de previsão de chegada de tsunami.
Bóia do sistema de aviso sobre tsunamis.
Uma das primeira fotos do terremotos recebida via twitter.
Mapa de previsão das ondas causadas por tsunami.


Fontes:

http://www.universetoday.com/2010/02/28/why-was-the-february-27-2010-tsunami-smaller-than-expected/

http://www.colorado.edu/news/r/e5171b61163878aa9287bdc28c91df3a.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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