Embora a LROC colete imagens das crateras na superfície da Lua num determinado momento, as crateras de impacto no nosso satélite não são estáticas e imutáveis como as imagens levam a acreditar. A maioria dos movimentos de materiais na Lua ocorre durante eventos de impacto que ocorrem num intervalo de tempo curto, algumas vezes esses eventos levam alguns segundos, mas a modificação no solo da Lua pós impacto é algo que persiste por um bom tempo. De fato as modificações pós impacto começam imediatamente depois da formação da cratera. O deslizamento de paredes que formam terraços ou amontoados de detritos no interior da cratera e a solidificação do material derretido pelo impacto são apenas alguns exemplos de modificações que começam logo após a formação da cratera. Considerando uma série histórica, um ano, dez anos, 100 anos, bem como o tempo geológico, de dezenas a centenas de milhões de anos, as modificações das crateras procedem degradando a cratera original, transformando-a em uma cratera mais rasa e menos notável.
As imagens aqui publicadas feitas pela sonda LRO da NASA destacam um fluxo de detrito granular que teve sua origem próximo do anel de uma cratera e fluiu talude abaixo desde a parede nordeste de uma cratera sem nome, localizada dentro da cratera Virtanen, localizada nas coordenadas. 15.80?N, 177.39?E. Ao longo do caminho, partículas secas foram perturbadas pelos pedaços de rochas que defletiram o material. Em alguns casos um pedaço de rocha age como uma parda no fluxo de detritos criando uma sombra de fluxo onde o material de baixa refletância não consegue chegar, algo semelhante ao que podemos ver aqui. Contudo, em alguns casos, existe um espaço entre o pedaço de rocha e o local onde o detrito é forçado a se desviar. Por que isso aconteceria? Aqui está uma pista, dê uma olhada nos pedaços de rochas, existe algum rastro ou eles parecem ter sido erodidos da própria parede da cratera? Não existem evidências de rastros dos pedaços de rochas, e os pedaços de rochas de tamanho variadas não estão localizados na superfície da parede da cratera. De fato, a maior parte dos pedaços de rochas parecem parcialmente enterrados. Assim, provavelmente o material granular de baixa refletância ao redor desses pedaços de rochas existem pois os pedaços de rochas foram erodido do material da parede e representam um pequeno alto topográfico se comparado com a porção mais suave da parede da cratera.
A parede da cratera mais ao sul, próxima do anel da cratera (na figura abaixo) é bem diferente da parte nordeste da parede da cratera perto do interior da cratera. Ao invés do fluxo de detritos de baixa refletância bem desenvolvidos se localizarem na parte inferior das colinas do anel da cratera devido à gravidade, existe uma mistura de material de alta e baixa refletância no talude da parede da cratera. Existem também imensos vales de erosão ou alcovas de onde o material que formou os fluxos de detritos se originaram. O contraste entre a refletância da parede da cratera e do material de refletância mais baixa viajando talude abaixo, ilustra que a parede da cratera não é uma superfície suave e plana. Pequenas quebras no talude na parede da cratera agem como um desvio para os detritos em sua descida até o interior da cratera. Talvez esses vales irão erodir até o ponto onde, em alguns milhões de anos, uma quantidade substancial de material da parte superior da parede sudeste terá sido mobilizado colina abaixo para formar assim fluxos de detritos similares àqueles observados no talude nordeste.
Fonte:
http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/466-Lunar-landslides!.html