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Seixos Encontrados Pelo Rover Curiosity em Marte São Testemunhos De um Antigo Fluxo de Água no Planeta Vermelho

seixos_marte_01

observatory_1501054A análise detalhada e revisada confirmou a interpretação inicial, dada pelos pesquisadores sobre um seixo investigado pelo rover Curiosity em Marte, no ano passado: Ele é parte de um antigo leito.

As rochas são as primeiras encontradas em Marte contendo cascalhos de leito. O tamanho e a forma dos cascalhos mergulhados nas rochas conglomerados – do tamanho de partículas de areia até o tamanho de bolas de golfe – permitiu que os pesquisadores calculassem a profundidade e a velocidade com que a água fluía nesse local.

“Nós completamos a mais rigorosa quantificação de afloramentos para caracterizar a distribuição do tamanho e o grau de arredondamento dos seixos e das areias que constituem esse conglomerado”, disse Rebecca Williams do Planetary Science Institute, em Tucson, no Arizona, e principal autora de um artigo publicado na revista Science dessa semana que relata as descobertas. “Nós finalizamos com o cálculo no mesmo intervalo que a nossa estimativa inicial havia obtido. No mínimo, o fluxo fluiu a uma velocidade equivalente ao de o andar de uma pessoa – um metro, ou três pés, por segundo – e tinha uma profundidade que variava da altura do tornozelo até a altura do quadril”.

Três rochas parecidas com um pavimento foram examinadas com a capacidade de telefoto da Mast Camera (Mastcam) do rover Curiosity durante os primeiros dias de permanência do rover em solo marciano e são a base para esse novo relatório. Uma apelidada de Goulburn está localizada imediatamente adjacente ao local onde o rover pousou, local esse chamado de Bradbury Landing. As outras duas, apelidadas de Link e Hottah, estão a 50 e 100 metros a sudeste, respectivamente. Os pesquisadores também usaram o instrumento Chemistry and Camera (ChemCam) que atira laser para investigar a rocha Link.

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“Esses conglomerados parecem demais com os depósitos de leito de rio encontrados na Terra”, disse Williams. “A maior parte das pessoas são familiares com seixos arredondados de rios. Talvez você já até pegou uma rocha dessas, arredondada, e suave atravessando a água. Ver algo tão similar em outro mundo é algo animador e gratificante”.

Os maiores seixos não estão distribuídos de foram uniforme nas rochas conglomerados. Na rocha Hottah, os pesquisadores detectaram uma alternância entre camadas ricas em seixo e camadas de areia. Isso é comum em depósitos de leito de rio na Terra e fornece uma evidência adicional para o fluxo em Marte. Em adição a isso, muitos dos seixos estão se tocando, um sinal de que eles rolaram ao longo do leito desse fluxo.

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“Nossa análise sobre o grau de arredondamento dos seixos fornecerá mais informações”, disse Sanjeev Gupta, do Imperial College em Londres, um co-autor do novo relatório. “O arredondamento indica um fluxo sustentado. Isso ocorre à medida que os seixos se chocam múltiplas vezes. Esse não foi um fluxo único. Ele foi sustentado, certamente mais do que semanas e meses, apesar de não podermos dizer por quanto tempo”.

O fluxo carregou o cascalho por alguns quilômetros, estimam os pesquisadores.

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A atmosfera do planeta Marte moderno é muito fina para fazer um fluxo sustentado de água possível, apesar do planeta abrigar grande quantidade de gelo de água. Alguns tipos de evidências têm indicado que o antigo planeta Marte teve diversos ambientes com água líquida. Contudo, nenhuma rocha encontrada até então, a não ser essas encontradas pelo rover Curiosity poderiam fornecer informação sobre o tipo de fluxo publicado essa semana. Imagens feitas pelo Curiosity das rochas conglomerados indicam que as condições atmosféricas na Cratera Gale, permitiram uma vez que o fluxo de água líquida pudesse acontecer na superfície marciana.

Durante a sua missão primária de dois anos, os pesquisadores estão usando os 10 instrumentos científicos do Curiosity para acessar a história ambiental na Cratera Gale em Marte, onde o rover já encontrou evidências de antigas condições ambientais favoráveis para a vida microbiana.

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Para mais informações sobre o Curiosity, online, visitem: http://www.jpl.nasa.gov/msl ,http://www.nasa.gov/msl e http://mars.jpl.nasa.gov/msl/ .

Você pode seguir a missão pelo Facebook: http://www.facebook.com/marscuriosity e pelo Twitter:  http://www.twitter.com/marscuriosity .

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-181

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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