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Satélites da NASA Registram o Efeito do Vulcão Eyjafjallajökull de Todas as Maneiras Possíveis

No último sábado, 17 de Abril de 2010, o instrumento chamado Hyperion a bordo da sonda Earth Observing-1 ou EO-1 da NASA obteve esse par de imagens do efeito da erupção do vulcão Eyjafjallajökull na Islândia. Na imagem da esquerda, criada a partir de comprimentos de onda da luz visível, novos depósitos de cinza preta são vistos no solo, bem como uma parte branca indicando a neve e o gelo do vulcão abaixo da pluma. A cor negra da pluma nessa imagem indica a grande quantidade de cinza vulcânica. Essas finas partículas de rocha pulverizada são carregadas para a alta atmosfera onde elas então criam barreiras para aviação além de serem transportadas pelos ventos a grandes distâncias.

Em contraste a isso temos a imagem em cor falsa de infravermelho à direita revelando a intensa emissão termal emanando da base da pluma massiva. Essa emissão térmica de 60 megawatts, é equivalente ao consumo de energia de 60000 casas, representa somente uma pequena porção da energia total que está sendo lançada  pelo vulcão à medida que a lava derretida interagem violentamente com o gelo e com a água. Cada imagem cobre uma área medindo 7.7 km de largura e tem uma resolução de 30 metros por pixel. A direção vertical da imagem representa a direção verdadeira norte-nordeste.

A sonda EO-1 é administrada pelo Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Md. O EO-1 é o satélite de sensoriamento remoto usado pela Volcano Sensor Web, desenvolvido pela JPL da NASA, que é utilizado para monitorar esse e outros vulcões espalhados pelo mundo.

Em 15 de Abril de 2010, o instrumento chamado Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) a bordo do satélite Terra da NASA capturou essas outras imagens da erupção do vulcão, que continua trazendo caos ao tráfego aéreo devido à cortina de cinzas que lançou na atmosfera. A imagem da esquerda, feita em cor natural e no comprimento de ondas do visível mostra uma pluma de cinza amarronzada se estendendo ao longo do Atlântico Norte até o Reino Unido. A imagem da direita é uma composição feita com os canais termais infravermelhos do satélite. Nessa imagem, a pluma aparece vermelha devido à presença de material rico em sílica, e as nuvens ricas em gelo aparecem em azul. Essas imagens do MODIS não mostram qualquer evidência de nuvens de dióxido de enxofre, que apareceria amarelo na imagem da direita. É provável que qualquer sinal de dióxido de enxofre tenha sido obscurecido pela grande quantidade de cinza vulcânica. Os cientistas esperam ver uma melhor expressão do dióxido de enxofre à medida que a nuvem de cinza se desintegre com o tempo.

O instrumento chamado Atmospheric Infrared Sounder, ou AIRS a bordo do satélite Aqua da NASA sobrevoou o vulcão no dia 15 de Abril de 2010 e capturou essa imagem infravermelha em cor falsa, bem como uma imagem no comprimento de onda visível da pluma de cinzas. As imagens mostram a nuvem de cinza em azul, envolvendo a Islândia e movendo-se para leste sobre as Ilhas Shetland. As nuvens de cinzas parecem estar a uma altitude de 3658 metros.Pelo fato da radiação infravermelha não penetrar através das nuvens, as imagens em infravermelho do AIRS mostram a temperatura do topo das nuvens  ou da superfície da Terra em regiões livres de nuvens. As temperaturas mais baixas em roxo são associadas com os topos frios e altos das nuvens. Em áreas livres de nuvens o instrumento AIRS irá receber a radiação infravermelha da Terra resultando em temperaturas maiores (vermelho e laranja).

Fonte:

http://www.nasa.gov/topics/earth/features/iceland-volcano-plume.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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