O Brasil irá destinar centenas de milhões de dólares resultado do lucro com a exploração de petróleo para pagar os esforços voltados para reduzir as emissões de carbono de modo a se adaptar às mudanças climáticas.
O fundo nacional do clima do Brasil, assinado como lei em 2009, irá receber 113 milhões de dólares no próximo ano, dizem as autoridades brasileiras, e ainda poderia ser gasto aproximadamente 500 milhões de dólares por ano, com aproximadamente metade do dinheiro vindo do royalties pago pela produção de petróleo.
Algumas nações em desenvolvimento incluindo a Indonésia e Bangladesh, tem estabelecido um fundo climático doméstico, mas o Brasil é o primeiro a financiar esse tipo de fundo com o dinheiro vindo da produção de petróleo. “Isso é algo novo pois eles enviam um sinal do preço através de taxas pelo combustível emitido”, disse Clifford Polycarp, um especialista em política e que faz parte do World Resources Institute sediado em Washington, D.C., e que trabalha com os mecanismos de financiamento climático.
O dinheiro será disponibilizado para pesquisas e estudos do impacto climático, à medida que o Brasil tenta mapear onde os efeitos serão maiores. O fundo também pagará para educar as pessoas sobre as potenciais mudanças no regime de chuvas e no clima em adição a esforços para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
Até agora, nações em desenvolvimento têm primeiramente rivalizado pelas maneiras como capturar fundos das nações mais ricas. Em 2008, por exemplo, o Brasil lançou o Fundo Amazônico com o objetivo de pagar pelos esforços para diminuir o desmatamento, que contribui com metade das emissões de carbono do país. Esse esforço é financiado por nações estrangeiras, incluindo 107 milhões de dólares dados pelo governo da Noruega.
Mas os donativos internacionais e os fundos climáticos como o Global Environment Facility das Nações Unidas têm sido muito lentos no processo de passar os recursos.
Isso faz com que países mais pobres comecem a buscar recursos próprios. Em Julho, por exemplo, a India lançou uma taxa de 1 dólar por tonelada de carvão produzido que pode fornecer 535 milhões de dólares para um fundo de energia verde.
“Nós não temos visto esse tipo de dinheiro vir de fontes internacionais, então os esforços indianos e brasileiro são razoáveis”, disse Polycarp.
O fundo brasileiro foi anunciado na última semana em um encontro internacional ocorrido na região do semi-árido a região mais pobre do nordeste brasileiro onde segundo as autoridades as mudanças climáticas irão aumentar tanto a seca como as inundações cada uma em seu período respectivo.
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