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Rover Curiosity da NASA Encontra Condições Uma Vez Preparadas Para o Desenvolvimento da Vida Antiga em Marte

curiosity_vida_antiga_01

observatory_150105Uma análise da amostra de rocha coletada pelo rover Curiosity da NASA mostra que o antigo Marte poderia ter suportado micróbios vivos.

Os cientistas identificaram enxofre, nitrogênio, hidrogênio, oxigênio, fósforo e carbono, alguns desses elementos são os ingredientes químicos necessários para o desenvolvimento da vida. Esses elementos foram identificados na amostra pulverizada pela perfuração feita pelo rover Curiosity de uma rocha sedimentar localizada perto de um antigo leito de fluxo no interior da Cratera Gale em Marte, no último mês.

“Uma questão fundamental para essa missão era se Marte poderia ter suportado um ambiente habitável”, disse Michael Meyer, cientista líder para o Mars Exploration Program da NASA sediado na sede da agência em Washington. “Pelo que nós sabemos agora, a resposta é sim”.

Pistas para esse ambiente habitável veio dos dados retornados pelo instrumento Sample Analysis at Mars, o SAM e o pelo Chemistry and Mineralogy (CheMin). Os dados indicam que área chamada de Baía Yellowknife, área essa explorada recentemente pelo rover era na verdade a parte final de um sistema de rios ou o leito de um lago intermitente que poderia fornecer a energia química e outras condições favoráveis para os micróbios.  A rocha é feita de lamitos finos contendo minerais de argila, minerais de sulfato e outros componentes químicos. Esse antigo ambiente úmido diferente de alguns outros em Marte, não era perigosamente oxidante, ácido ou extremamente salgado.

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O pedaço de rocha onde o Curiosity perfurou pela primeira vez uma amostra localiza-se numa antiga rede de canais de fluxo que desciam do anel da Cratera Gale. O embasamento também é formado por lamito fino e mostra evidências de múltiplos períodos de condições úmidas, incluindo nódulos e veios.

O furo do Curiosity coletou a amostra num local a apenas centenas de jardas de onde o rover anteriormente encontrou um antigo leito de fluxo em Setembro de 2012.

“Minerais de argila constituem no mínimo 20 por cento da composição dessa amostra”, disse David Blake, investigador principal para o instrumento CheMin no Ames Research Center da NASA em Moffett Field, na Califórnia.

Esses minerais de argila são um produto da reação de uma água relativamente fresca com minerais ígneos, como olivina, também presente em sedimentos. A reação poderá ter ocorrido dentro do depósito sedimentar, durante o transporte do sedimento, ou na região fonte do sedimento. A presença de sulfato de cálcio juntamente com a argila sugere que o solo é neutro ou alcalino.

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Os cientistas ficaram surpresos em encontrar uma mistura elementos químicos oxidados, menos oxidados e até mesmo não oxidados, fornecendo um gradiente de energia de uma variedade de muitos micróbios na Terra explotados para a vida. Essa oxidação parcial foi primeiro, identificada quando a perfuração se revelou ser mais cinza do que vermelha.

“A variedade de ingredientes químicos que nós identificamos na amostra é impressionante, e isso sugere parelhamentos como sulfatos e sulfitos que indicam  uma possível fonte de energia química para os micro organismos”, disse Paul Mahaffy, principal pesquisador da suíte de instrumentos SAM, sediado no Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Md.

Uma amostra adicional perfurada será usada para ajudar a confirmar esses resultados para alguns dos gases traços analisados pelo instrumento SAM.

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“Nós caracterizamos um bem antigo, mas estranhamente novo Marte cinza onde as condições favoreceram a vida em algum momento”, disse John Grotzinger, cientista de projeto da missão Mars Science Laboratory no Instituto de  Tecnologia da Califórnia em Pasadena, na Califórnia. “O Curiosity está numa missão de descoberta e exploração, e como uma equipe nós sentimos que existam ainda descobertas muito mais excitantes nos esperando nos meses e nos anos que ainda se seguem”.

Os cientistas planejam trabalhar com o Curiosity na região da Baía de Yellowknife por mais algumas semanas antes de começar o longo trajeto até o monte central da Cratera Gale, o Monte Sharp. Investigando as camadas de rochas empilhadas e expostas no Monte Sharp, onde minerais de argila e minerais de sulfatos foram identificados da órbita de Marte, podem adicionar informações sobre a duração e a diversidade das condições habitáveis do Planeta Vermelho.

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O Projeto Mars Science Laboratory da NASA tem usado o rover Curiosity para investigar se uma área dentro da Cratera Gale em Marte já ofereceu de alguma forma um ambiente favorável ao desenvolvimento da vida microbiana. O Curiosity carrega 10 instrumentos científicos, pousou em Marte a sete meses atrás começando os dois anos de sua missão primária. O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA gerencia o projeto para o Science Mission Directorate da NASA em Washington.

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Para saber mais sobre a missão, visite: http://www.jpl.nasa.gov/msl , http://mars.jpl.nasa.gov/msl/ e http://www.nasa.gov/msl . Você pode seguir a missão no Facebook e no Twitter, respectivamente em: http://www.facebook.com/marscuriosity and http://www.twitter.com/marscuriosity

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Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-092&cid=release_2013-092

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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