A instituição Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) é parte de uma operação internacional de busca marinha formada para localizar no assoalho conturbado do fundo do mar os destroços do vôo da Air France 447 e resgatar as caixas pretas do Airbus A330.
Susan Avery, presidente e diretora do WHOI, disse que a instituição está honrada em fazer parte desta missão. Uma organização particular dedicada a pesquisa marinha, engenharia e educação. “A WHOI leva para o fundo do mar as tecnologias necessárias para a operação de busca, o requerido talento e a familiaridade de trabalhar nesse tipo de terreno que constitui o fundo do mar, para ajudar com que toda equipe consiga o sucesso”, adiciona Avery.
Espera-se que a busca leve aproximadamente um mês.
A nova missão de busca irá incluir o uso de três veículos autônomos submarinos (AUVs), chamados de REMUS 6000, os veículos são desenvolvidos para serem operados pela WHOI. Dois dos veículos são propriedades do Instituto Waitt e o terceiro é propriedade da IFM-GEOMAR da Alemanha.
Esses veículos autônomos submarinos são desenvolvidos para operar em profundidades de até 6000 metros. À medida que cada veículo cobre uma área de um tipo de padrão móvel ele emprega sonares side-scan para buscar objetos 600 metros a sua direita e a sua esquerda. Com autonomia de 20 horas, o REMUS então retorna ao navio, onde os cientistas imediatamente baixam os dados registrados. Se os dados tiverem evidências de qualquer detrito ou outros itens de interesse, um REMUS 6000 será despachado para realizar uma busca detalhada, usando câmeras de alta resolução localizadas na parte de baixo do veículo.
Os AUVs serão operados a partir do navio noruguês, M/V Seabed Worker, que também estará equipado com um veículo Triton XLX remotamente operado. A missão irá também empregar o M/V Anne Candies que irá rebocar dois sonares side-scan Orion e um CURV21 ROV, ambos operados pela marinha americana.
David Gallo, diretor de projetos especiais da WHOI, disse que está confiante que a aeronave será encontrada mesmo com o tempo escasso. Ele estima que os investigadores usando os AUVs em seqüência terão capacidade de pesquisar uma área de aproximadamente 30 milhas quadradas por dia.
Os pesquisadores da WHOI têm experiência em conduzir investigações forenses no mar profundo. Em 1997, uma equipe do WHOI respondeu ao chamado do governo britânico e da Comissão Européia para ajudar em resolver as circunstâncias que cercaram o desaparecimento do cargueiro britânico de minério, o Derbyshire. Seguido pelo sucesso da missão, o primeiro ministro britânico na época, Tony Blair enviou uma nota de agradecimento a Bill Clinton que agradeceu diretamente à equipe da WHOI, dizendo que sem a participação da WHOI, o mistério nunca seria resolvido.
E em 1985, a equipe liderada pela WHOI localizou os destroços do RMS Titanic.
“Poucas instituições no mundo são tão bem equipadas como a WHOI para essa missão”, disse Gallo. “A Cordilheira Meso-Oceânica é uma feição que tem sido explorada por mais de 30 anos. O terreno é extremamente irregular e as buscas serão muito difíceis, mas é algo que temos feito como parte da nossa missão, de explorar e entender os oceanos de maneira global”.
Essa fase da operação é responsabilidade do Bureau d’Enquêtes ET d’Analyses, BEA, um comitê de investigação de segurança da aviação civil, que necessita resolver esse grande mistério que há um ano atormenta a todos.
Fontes:
http://www.whoi.edu/page.do?pid=7545&tid=282&cid=71506&ct=162
http://www.sciencedaily.com/releases/2010/03/100325214554.htm