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Projeto Pan-STARRS Descobre o Primeiro Asteróide Potencialmente Perigoso

O Telescópio Pan-STARRS PS1 da Universidade do Havaí em Haleakala descobriu um asteróide que estará a 4 milhões de milhas da Terra em meados de Outubro de 2010. O objeto tem um diâmetro aproximado de 150 pés e foi descoberto com as imagens adquiridas em 16 de Setembro de 2010 quando ele estava a 20 milhões de milhas de distância.

Esse é o primeiro “objeto potencialmente perigoso” descoberto pelo projeto de pesquisa Pan-STARRS e é oficialmente designado como 2010 ST3.

“Embora esse objeto em particular não se chocará com a Terra em futuro imediato, sua descoberta mostra que o Pan-STARRS é agora o mais sensível sistema dedicado a descoberta de asteróides potencialmente perigosos”, disse o Dr. Robert Jedicke, membro do Consórcio de Ciência PS1 da Universidade do Havaí e que está trabalhando na caracterização desse asteróide com dados obtidos pelo telescópio. “Esse objeto foi descoberto quando ele estava muito distante para ser detectado por qualquer outro projeto voltado para a identificação de asteróides”, comenta Jedicke.

A maior parte do PHOs, como são conhecidos em inglês, já foram catalogados, mas os cientistas suspeitam que existam muitos outros corpos com o tamanho igual ou maior a uma milha que ainda não foram descobertos. Esse tipo de objeto pode causar devastação regional se ele se chocar com o nosso planeta. Esses tipos de impactos são previstos para acontecer uma vez em milhares de anos.

Objetos do tamanho do 2010 ST3 normalmente se partem na atmosfera da Terra, mas a onda de choque gerada pela colisão de seus detritos com a Terra poderia causar ainda a devastação de uma área de centenas de milhas quadradas. “Existe uma remota possibilidade que o ST3 se choque com a Terra em 2098 então a observação, identificação e caracterização desse tipo de objeto é realmente importante”, disse Jedicke.

O Dr. Timothy Spahr, diretor do Minor Planet Center (MPC) disse, “Eu gostaria de parabenizar o projeto Pan-STARRS pela descoberta. Essa é a prova de que o telescópio PS1 com uma câmera de gigapixel de resolução e seu sistema computacional altamente sofisticado para a detecção de objetos em movimento é capaz de encontrar objetos potencialmente perigosos que antes não eram observados”. O MPC localizado em Cambridge, Mass. foi estabelecido pela International Astronomical Union em 1947 com o objetivo de coletar e disseminar medidas de posição de asteróides e cometas, para confirmar usas descoberta e então tomar as medidas necessárias.

O projeto Pan-STARRS espera descobrir dezenas de milhares de novos asteróides a cada ano com uma precisão capaz de permitir o cálculo de sua órbita ao redor do Sol. Qualquer objeto que possa chegar perto da Terra dentro dos próximos 50 anos será catalogado como potencialmente perigoso e então será cuidadosamente monitorado. Os especialistas da NASA acreditam que com alguns anos de atenção, seria possível organizar uma missão espacial para desviar qualquer asteróide que fosse descoberto em rota de choque com o planeta Terra.

O projeto Pan-STARRS possui outros objetivos também. O PS1 e seu irmão maior o PS4 que estará operacional até o final da próxima década devem descobrir milhões de asteróide bem como serão capazes de estudar em detalhe estrelas variáveis, supernovas e misteriosas explosões que ocorrem em galáxias distantes e cruzam todo o universo.

O segredo desse projeto está na sua câmera fotográfica. Se você fica feliz em ter uma câmera digital de 10 mega pixel, o que dizer desse verdadeiro monstro: são quatro câmeras que são individualmente as maiores câmeras já construídas na Terra. Cada uma tem 1.4 bilhões de pixel espalhados em uma área de 40 centímetros quadrados. Só para comparação as nossas câmeras caseiras possuem 5 milhões de pixel em um chip com área de alguns milímetros quadrados. Só com um equipamento desse é possível monitorar os asteróides que possivelmente possam estar em rota de colisão com a Terra.

Fonte:

http://www.ifa.hawaii.edu/info/press-releases/PHO/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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