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Por Que Existem Tão Poucos Vales Secundários de Bacia na Lua? – Mais Uma Imagem do VTOL Em Destaque no LPOD

LPOD-Jun13-13

observatory_150105Os materiais ejetados pelas bacias na Lua podem aparecer de várias maneiras. Uma dessas maneiras são as raras cadeias secundárias de bacias que podem ser mais bem representadas no lado visível da Lua pelos vales Rheita e Snellius. A imagem acima foi feita pelo grande Vaz Tolentino, um astrofotógrafo brasileiro especialista em registrar a Lua desde seu observatório em Belo Horizonte, onde faz imagens da Lua usando a técnica do single shot. Os vales da Lua consistem de um segmento ou uma cadeia de crateras secundárias sobrepostas e muito próximas, que foram criadas por grandes detritos ejetados pelo impacto colossal que criou a imensa Bacia Nectaris. As crateras que constituem essa passagem do vale foram danificadas por impactos subsequentes. Ambos os vales secundários da bacia são mais velhos e mais salpicados de crateras do que os vales originais a noroeste da Orientale. Embora ambos os vales da Bacia Nectaris tenham se formado ao mesmo tempo, o vale mais ao norte, chamado de Snellius Valley, parece mais velho e mais difícil de ser observado, mas parte disso pode ser devido à sua orientação geral leste-oeste de modo que ele não é bem definido pelas sombras. A Bacia Nectaris, assim como a menor, a chamada Bacia Schrödinger, possui somente dois vales secundários de bacia massivos, e a maior parte das outras bacias não possuem nenhum, além da Orientale. O Mare Imbrium pode ter formado vales secundários de bacia, mas boa parte do seu entorno é coberto por lavas subsequentes, de modo que as cadeias de vales podem estar escondidas. Por que os vales secundários de bacia são tão incomuns? Provavelmente sua formação necessita da ejeção de pequenas montanhas de detritos ao invés de massas menores fraturadas. Talvez isso só aconteça onde partes da área atingida por impacto sejam relativamente consolidadas. Na Bacia Orientale, o vale secundário de bacia, tende a ser perpendicular à direção inferida do impacto, de acordo com os modelos de sua formação que sugerem um impacto oblíquo. As tensões nas rochas atingidas podem ser menores nos lados do que na direção do movimento do projétil.

Fica aqui mais uma vez meus parabéns ao Prof. Ricardo Vaz Tolentino, pelo excelente trabalho realizado e pelo reconhecimento que o site LPOD dá a ele. Precisamos cada vez mais de pessoas assim para que a ciência e principalmente para que a astronomia, mesmo que “amadora”, do Brasil, seja respeitada e atinja a sua excelência. Visitem o site oficial do Observatório Lunar Vaz Tolentino, o VTOL: www.vaztolentino.com.br

Fonte:

http://lpod.wikispaces.com/June+13%2C+2013

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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