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Por Que Algumas Feições Lunares Estão Onde Estão? – Mais Um Pódio do VTOL no LPOD

Dia 1? de Junho de 2012, é isso mesmo, 5 meses já ficaram para trás, como tudo passa rápido, não? Bem, o dia 1? de cada mês pode ser considerado um dos momentos mais duro do mês que começa, seja, financeiramente, emocionalmente e até mesmo psicologicamente, pois sabemos que temos pela frente 30 dias vazios que em breve serão preenchidos com emoções, desafios, frustrações, problemas, soluções e tudo mais. Bem, mas isso não tem nada a ver com esse blog, muito menos com a bela imagem da Lua acima. Aliás, essa imagem mais uma vez é um pódio que o grande Professor Ricardo Vaz Tolentino conseguiu no grande site lunar LPOD. O site do Observatório Lunar Vaz Tolentino está passando por reformas e uma reestruturação e em breve deve estar de volta ao ar nos presenteando com belas imagens da Lua. Bem, dada as devidas explicações vamos ao post. Quando olhamos determinadas paisagens seja na Lua, na Terra ou em outros objetos podemos nos perguntar, será que as feições ali presentes apareceram de forma aleatória ou existe alguma regra, ou lei para que elas estejam onde estão? Para a cratera Eratosthenes e outras crateras primárias de impacto na Lua, a sua localização num primeiro momento é aleatória, essa localização está ligada a qual parte da Lua estava de frente para a trajetória do bólido que a formou. Mas nós já vimos que as localizações das crateras de impacto não são completamente aleatórias já que existe um excesso de crateras no hemisfério principal da Lua à medida que ela se move na sua órbita. Para as crateras secundárias como as localizadas a sudeste da Eratosthenes e a leste da cratera não observada aqui Copernicus, as localizações e até mesmo as formas não são aleatórias e estão totalmente amarradas às crateras primárias que as geraram, sendo que existe uma maior concentração próximo à fonte com um alinhamento aproximadamente que aponta para a cratera primária. Claro, para bacias secundárias as distâncias das bacias primárias e o grande tamanho faz com que sua identificação seja menos precisa, embora os depósitos alongados de mares na parte superior direita e as crateras similares mais velhas e interconectadas perto da Ukert são boas candidatas. Um mistério nessa imagem é o que seria o círculo de cadeias perto do centro da imagem. Esse círculo fica logo acima da cratera Marco Polo. A sudeste da Marco Polo, o material ejetado Apennine é corrompido e ilhas de material aparecem a oeste de Mare Vaporum. Na Terra, a Marco Polo provavelmente seria uma caldeira vulcânica colapsada e as colinas no Mare Vaporum poderiam ser detritos do anel colapsado dessa caldeira. Mas na Lua, provavelmente a Marco Polo é uma cratera de impacto pré-existente parcialmente enterrada sob o material ejetado de uma bacia. As colinas Vaporum seriam as partes distais do material ejetado dessa bacia envoltas por lavas posteriores. Com relação a imagem acima, uma última pergunta pode surgir. Por que o depósito piroclástico Bode, um dos maiores da Lua, está localizado onde está? Muitas pequenas unidades piroclásticas estão localizadas no assoalho fraturado de crateras, e o Platô Aristarchus está associado com volumosas erupções de lava ocorridas através do Vale Schröter, mas o que controla a deposição das cinzas escuras de Bode nesse local ainda é um dos grandes mistérios da Lua.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/June+1%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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