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Plantação de Radiotelescópios

Tendo como pano de fundo um magnífico pôr do Sol sobre o planalto do Chajnantor no deserto chileno do Atacama, as antenas do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) “patrulham” os céus. O ALMA, do qual o ESO é parceiro, é o maior projeto astronômico terrestre existente atualmente.

Os belos tons de laranja e vermelho que iluminam o céu quando o Sol se põe atrás do horizonte nos dão uma interessante aula de física. Ao passar através da atmosfera da Terra, a luz solar com comprimentos de onda mais curtos, mais azuis, é mais dispersada pelas moléculas de gás e poeira que existem no ar do que a luz solar com comprimentos de onda maiores, mais vermelhos. Quando o Sol se aproxima do horizonte, a luz que chega à superfície da Terra percorre um percurso maior dentro da atmosfera e, por isso, a maior parte do azul do seu espectro visível é dispersado. A luz que atinge nossos olhos tinge o céu ao redor do Sol poente em tons de vermelho deslumbrantes.

No entanto, a beleza do céu cor de sangue é invisível ao ALMA. Os 66 telescópios do ALMA não veem o céu na zona do visível do espectro electromagnético como nós, mas observam nos domínios do milímetro e submilímetro. A radiação electromagnética destes comprimentos de onda é absorvida pelo vapor de água na atmosfera terrestre, razão pela qual os telescópios usados para astronomia submilimétrica têm que ser construídos em locais extremamente secos, a altitudes elevadas, onde a absorção atmosférica não impede as observações. A 5000 metros acima do nível do mar, as antenas poderosas do ALMA nos permitem ver os mistérios do Universo de uma forma extraordinária.

Crédito:

  1. Beletsky(LCO)/ESO

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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