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Péssima Notícia Para a Vida – Colisões Em Sistemas Planetários Podem Durar Bilhões de Anos

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Os sistemas planetários no início são violentos, mas eventualmente eles se acalmam, dando aos planetas a chance de se estabilizarem, e, em alguns casos, a vida pode ter chance de emergir. Mas, uma nova pesquisa mostra que algumas estrelas já estabelecidas têm mais colisões do que se pensava anteriormente, sugerindo que os processos violentos continuam, o que poderia ser uma má notícia para a vida sobreviver ao redor dessas estrelas.

Depois que as estrelas se formam, os planetas surgem do disco de poeira e detritos so redor delas. Quando mundos colidem, eles produzem um excesso de luz infravermelha. Em poucas centenas de milhões de anos, a maior parte dos detritos desaparece, consumidos pelos planetas em crescimento ou expelidos completamente do sistema. Os astrônomos têm detectado sinais de mundos colidindo com outros durante a sua violenta juventude.

“Como a maioria das colisões ao redor de outras estrelas foram encontrados por volta de 100 milhões de anos, a interpretação é que foi bem no fim da formação planetária, como colisões planetárias”, disse Christopher Theissen, um estudante da Universidade de Boston. Após isso, os planetas devem ter entrado numa órbita estável até que suas estrelas começassem a mudar.

Em alguns casos, contudo, as coisas não se acalmam com as estrelas envelhecendo. Theissen estudou estrelas anãs vermelhas frias, os objetos apagados que constituem mais de 75% da Via Láctea, procurando por luz infravermelho extremamente brilhante. Juntamente com jovens estrelas, iluminando os seus discos de detritos, eles também encontraram centenas de estrelas com sinais brilhantes muito tempo depois de terem perdido seus discos.

“Nós estamos vendo toneladas de energia em infravermelho, muito mais do que esperávamos ver de um disco”, disse ele.

As brilhantes explosões sugerem que planetas continuam colidindo muito tempo depois do disco ter desaparecido e os mundos se tornados estáveis.

A longa vida das anãs vermelhas, juntamente com o fato de que elas constituem a maioria das estrelas da nossa galáxia, têm levado alguns cientistas a proporem que elas poderiam abrigar exoplanetas potencialmente habitáveis, apesar das grandes flares que varrem esses mundos com radiação. Uma vez que os planetas se estabilizem nas suas órbitas, eles deveriam durar por muito tempo. Mas se os planetas continuam a colidir com outros, a potencial habitabilidade passa ser algo bem quenstionável.

As colisões identificadas, não eram de asteroides se chocando com mundos maiores, como o choque qe aconteceu com a Terra e ajudou na extinção dos dinosauros. As colisões foram comparadas àquelas que formaram a Lua, por exemplo. A Terra, no início da sua existência se chocou com um objeto do tamanho de Marte, o que liquefez a crosta da Terra, criando dois objetos que compartilharam seus ingredientes mais leves. Colisões como essas são sim capazes de destruir a vida como um todo.

Registrar um único evento desse ao redor de uma estrela aleatória seria algo de muita sorte.

O pesquisador usou na verdade uma amostragem extremamente alta. Par encontrar estrelas maduras com sinais de planetas, foi usado o catálogo de 9 milhões de estrelas do Sloan Digital Sky survey. Foram escolhidos então, 185 000 objetos com um intrigante sinal infravermelho. A luz infravermelha da maioria das estrelas caiu no intervalo esperado, mas 370 foram mais brilhantes do que se pensava, sugerindo que seus planetas travaram batalhas por muito tempo depois da maturidade da estrela. Menos de 1 décimo de um 1 por cento das estrelas mostrou sinais de planetas em colisão durante as observações, mas eles sugerem que outras colisões podem ocorrer através da vida dessas estrelas apagadas.

Os pesquisadores não estão certos por que os planetas ao redor de anãs vermelas parecem estar lutando mesmo depois dos seus anos iniciais, mas isso com certeza não é um bom sinal para qualquer um que espere registrar vida ao redor das estrelas apagadas. O próximo passo dos pesquisadores é simular as colisões ao redor de anãs vermelhas para descobrir como um mundo se choca com outro, e então comparar os resultados das simulações com a pesquisa realizada até aqui. Ao mesmo tempo, intrumentos como o Telescópio Espacial James Webb poderá descartar definitivamente a possibilidade de que o brilho vindo de galáxias de segundo plano seja uma possível preocupação.

Fonte:

http://astronomy.com/news/2016/07/some-planets-continue-to-collide-billions-of-years-after-forming

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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