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Os Anéis e o Lado Escuro de Saturno Brilham Intensamente Em Novas Imagens Feitas Pela Sonda Cassini da NASA

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observatory_150105Os anéis de Saturno e o lado escuro do planeta brilham em imagens infravermelhas recém lançadas e que foram obtidas pela sonda Cassini da NASA.

“Olhando para o sistema de Saturno quando ele é iluminado por trás, pelo Sol dá aos cientistas um tipo de visão de dentro para fora de Saturno que não é obtida normalmente”, disse Matt Hedman, um cientista baseado na Universidade de Idaho em Moscow, Idaho. “As partes dos anéis de Saturno que são brilhantes quando você os observa de telescópios na Terra, são escuras e outras partes que normalmente são escuras brilham intensamente nessas imagens”.

As imagens estão disponíveis em: http://www.jpl.nasa.gov/spaceimages/details.php?id=pia17468 e http://www.jpl.nasa.gov/spaceimages/details.php?id=pia17469 .

Pode ser complicado para os cientistas darem uma boa olhada nos anéis apagados e externos F, E e G, ou no tênue anel interno conhecido como anel D, quando a luz está os iluminando diretamente. Isso ocorre porque eles são quase que transparentes e compostos de pequenas partículas que não refletem bem a luz. O que é diferente nessa geometria de visualização?

Primeiro, quando essas pequenas partículas são iluminadas por trás, elas se mostram como uma névoa sendo iluminada pelo farol de um veículo.

O Anel C também aparece relativamente brilhante aqui, não porque ele é feito de poeira, mas porque o material nele, a maior parte gelo de água sujo, é translucido. De fato nos séculos 18 e 19, ele era conhecido como o anel crepom, devido a sua semelhança com o papel crepom.

O largo, anel intermediário, conhecido como Anel B, um dos mais fáceis de ser observado da Terra através de telescópios, por ser densamente empacotado com pedaços de gelo de água brilhante, aparece escuro nessas imagens pois ele é tão espesso que bloqueia quase toda a luz do Sol que brilha atrás dele.

As imagens infravermelhas também mostram o calor ou a radiação. Enquanto que na luz visível imagens de um determinado ponto de vista simplesmente mostraria a face do planeta como sendo iluminada pela luz do Sol refletida nos anéis, Saturno brilha intensamente nessa imagem devido ao calor gerado pelo seu interior.

Numa segunda versão da imagem, os cientistas, esticaram, ou exageraram o contraste dos dados, que mostraram sutilezas não observadas inicialmente.

Estruturas no Anel E, feitas de material congelado expelido pela lua Encélado, foram reveladas nessa imagem exagerada.

“Nós estamos bem ocupados analisando os dados infravermelhos dessa imagem especial do sistema de Saturno”, disse Phil Nicholson, um membro da equipe do espectrômetro de mapeamento visual e infravermelho da Universidade de Cornell em Ithaca, N.Y. “Os dados infravermelhos deveriam nos dizer mais sobre o tamanho das partículas que constituem os anéis D, E, F e G, e como esses tamanhos variam com a localização nos anéis, bem como fornecer pistas sobre sua composição química”.

Lançada em 1997, a sonda Cassini tem explorado o sistema de Saturno por mais de 9 anos com um conjunto de instrumentos que também inclui câmeras de luz visível, espectrômetros ultravioletas e infravermelhos, bem como sensores de campo magnético e de partículas carregadas. Os cientistas trabalhando com as câmeras de luz visível ainda estão repletos de trabalhos para juntar e analisar seu mosaico, ou uma foto de múltiplas imagens, do sistema de Saturno.

“O longo período de permanência da Cassini no planeta dos anéis significa que nós estamos sendo capazes de observar mudanças ocorridas em aproximadamente meio ano de Saturno (um ano em Saturno é equivalente a 30 anos na Terra), com um conjunto de diferentes ferramentas”, disse Linda Spilker, cientista do projeto da Cassini, baseada no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia. “A Terra aparece diferente de uma estação para outra, e Saturno, também. Nós mal podemos esperar para ver como essas mudanças sazonais afetam a dança das partículas de gelo à medida que continuamos a observar o sistema de anéis de Saturno com todos os diferentes olhos da Cassini”.

A missão Cassini-Huygens é um projeto cooperativo da NASA , da Agência Espacial Europeia e da Agência Espacial Italiana. O JPL gerencia a missão para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. O Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, gerencia o JPL para a NASA. A equipe do VIMS fica baseada na Universidade do Arizona em Tucson.

Para mais informações sobre a missão Cassini, visitem: http://www.nasa.gov/cassini e http://saturn.jpl.nasa.gov .

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Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-297

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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