Agora, quase uma década depois, da sua missão original planejada em 3 meses em Marte, o rover Opportunity da NASA, fez a sua mais importante descoberta, achando as evidências mais fortes até o momento para um ambiente favorável à uma antiga biologia marciana – e além disso o rover já foi programado para buscar novas pistas num terreno que parece ser ainda mais fabuloso para tais descobertas.
Aproximadamente a duas semanas atrás em meados de Maio de 2013, as análises feitas pelo rover Opportunity de uma nova rocha alvo chamada de Esperance, confirmou que ela é composta de argila que foi intensamente alterada por uma água de pH relativamente neutro – representando assim as condições mais favoráveis para a biologia que o rover Opportunity já observou nas rochas que ele encontrou.
A descoberta de uma rocha fraturada carregada de minerais argilosos e lavada por uma água líquida fluida onde a vida poderia ter se desenvolvido, é a verdadeira descoberta de ouro feita pelo rover do tamanho de um carro de golfe.
“A água que se moveu pela fratura durante a história dessa rocha poderia ter fornecido as condições mais favoráveis para a biologia do que qualquer outro ambiente úmido registrado nas rochas que o Opportunity observou até agora”, disse o principal pesquisador da missão, o PRof. Steve Squyres da Universidade Cornell, em Ithaca, N.Y.
O rover Opportunity realizou a descoberta expondo o interior da rocha Esperance com sua ferramenta conhecida como Rock Abrasion Tool, ou RAT e examinando um pedaço de rocha com sua câmera microscópica e com o seu espectrômetro de raios-X, instrumentos localizados no final do seu braço robótico de 3 pés de comprimento.
O rover fez essa descoberta na conclusão de uma estada de 20 meses de expedição científica circulando ao redor de uma cadeia baixa, chamada de Cape York. Segundo os pesquisadores, a Esperance era tão importante que eles resolveram parar por ali algumas semanas para estudá-la com maior detalhe mesmo sabendo que o tempo estava passando rapidamente. A rocha Esperance é de um tempo em que o Planeta Vermelho era bem mais quente e úmido a bilhões de anos atrás.
“O que é tão especial sobre a Esperance é que existe água ali suficiente não só para as reações que produziram os minerais argilosos, mas também para arrancar íons nessas reações, de modo que o Opportunity, hoje, pôde ver claramente essas alterações”, disse Scott McLennan da Universidade do Estado de Nova york, em Stony Brook, um planejador de longo prazo do grupo do rover Opportunity.
A Esperance é diferente de qualquer rocha investigada anteriormente pelo Opportuniy, ela contém muito mais alumínio e silício o que é um indicativo de minerais argilosos e baixos níveis de cálcio e ferro.
A maior parte, mas não todas as rochas inspecionadas até o momento pelo Opportunity foram formadas em um ambiente de água extremamente ácida que é extremamente também hostil à maior parte das formas de vida.
Minerais argilosos normalmente se formam em ma água neutra que pode potencialmente ser tomada, e que não é nem extremamente ácida nem básica.
Anteriormente em Cape York, o Opportunity encontrou outro aforamento contendo uma pequena quantidade de minerais argilosos formados pela exposição à água e chamado de Lago Whitewater.
“Aparentemente houve uma extensa, porém fraca alteração no Lago Whitewater, mas uma intensa alteração em Esperance ao longo das fraturas que gerou os dutos para o fluxo de fluido”, disse Squyres.
Cape York , é um segmento de colinas do anel da Cratera Endeavour que tem 22 km de diâmetro, onde o rover chegou em meados de 2011 e passará o resto da sua vida.
O Opportunity foi programado agora para navegar até o seu próximo destino também no anel da cratera conhecido como Solander Point, uma área a 2.2 km de distância ao sul de Cape York.
Ao longo do caminho, o Opportunity cruzará em breve com os pontos já denominados de Botany Bay e Suterland Point, pontos esses observados quando o rover chegou pela primeira vez em Cape York.
Eventualmente o rover continuará mais ao sul até um segmento do anel conhecido como Cape Tribulation, que abriga grande quantidade de minerais argilosos.
O rover precisa chegar em Solander Point antes do seu sexto inverno marciano de modo que ele atinja um ponto com inclinação vantajosa para que seus painéis solares fiquem apontados para o local certo de modo que possa receber a maior quantidade de energia solar possível para poder sobreviver depois do inverno.
No outro lado de Marte, o rover primo do Opportunity, o Curiosity também descobriu recentemente minerais argilosos no interior do seu local de pouso na Cratera Gale.
O Curiosity descobriu minerais argilosos e um habitat que poderia suportar a vida, depois de analisar a rocha pulverizada pela sua perfuração realizada na Baía Yellowknife, local onde o rover usou seus magníficos laboratórios internos para realizar as medições.
A uma semana atrás, em 15 de Maio de 2013, ou no seu Sol 3309, o Opportunity quebrou o recorde de 40 anos da maior distância percorrida por um equipamento em outro mundo que pertencia aos astronautas da missão Apollo 17 desde Dezembro de 1972.
Na semana passada os controladores do robô, desde a Terra colocaram o pedal no acelerador de modo que o rover andou mais um quarto de milha durante os últimos 7 Sols. Assim seu odômetro marca agora, desde o seu pouso em 24 de Janeiro de 2004, a distância total percorrida de 36.14 quilômetros.
O Opportunity quebrará o recorde mundial de distância percorrida em outro mundo nos próximos meses, recorde esse que pertence à sonda Lunokhod 2, um rover lunar soviético que percorreu incríveis 37 quilômetros no nosso satélite natural.
A Cratera Endeavour apresenta um terreno com as rochas mais antigas já inspecionadas em Marte até o momento e diferente de todas as rochas já estudadas pelo rover Opportuniy. Ninguém nem tinha sonhado que o rover pudesse alcançar esse ponto, quando ele foi lançado da Terra, no verão de 2003 e pousou na região conhecida como Meridiani Planum em 2004.
Assinaturas de minerais argilosos, ou filosilicatos, foram detectados em alguns pontos do anel oeste da Endeavour a partir de medidas feitas da órbita de Marte pelo instrumento conhecido como Compact Reconnaissance Imaging Spectromenter for Mars, ou CRISM, que viaja a bordo da sonda Mars Reconnaissance Orbiter, MRO.
“A mina de ouro dos minerais argilosos está em Cape Tribulation. As exposições se estendem em todo o caminho até o topo, principalmente no lado interno”, disse Ray Arvidson, o vice principal pesquisador do rover na Universidade do Estado de Washington em St. Louis.
Fiquem ligados aqui no blog que a qualquer nova notícia do Opportunity iremos divulgar, como também, qualquer outra notícia sobre o Curiosity.
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