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O Satélite Swift da NASA Produz O Melhor Mapa Ultravioleta das Galáxias Próximas Grande e Pequena Nuvem de Magalhães

lmc_smc_01

observatory_1501054Os astrônomos na NASA e na Universidade do Estado da Pennsylvania usaram o satélite Swift da NASA para criar a mais detalhada pesquisa em luz ultravioleta já feita da Pequena e da Grande Nuvem de Magalhães, as duas maiores galáxias mais próximas da Via Láctea.

“Nós fizemos milhares de imagens e as juntamos em retratos do corpo principal de cada galáxia, resultando na pesquisa de mais alta resolução já feita das Nuvens de Magalhães no comprimento de onda ultravioleta”, disse Stefan Immler, que propôs o programa e liderou a contribuição da NASA desde o Goddard Space Flight Center em Greenbelt, Md.

Immler apresentou um mosaico de 160 megapixels da Grande Nuvem de Magalhães, a LMC, e um mosaico de 57 megapixels da Pequena Nuvem de Magalhães, a SMS na 222 conferência da Sociedade Astronômica Americana em Indianapolis, nessa segunda-feira, dia 3 de Junho de 2013.

As novas imagens revelam aproximadamente 1 milhão de fontes ultravioletas na LMC e aproximadamente 250000 na SMS. As imagens incluem uma variação de luz de 1600 a 3300 Angstroms, que é o intervalo do comprimento de onda do ultravioleta que na sua maior parte é bloqueado pela atmosfera da Terra.

“Antes dessas imagens, haviam relativamente poucas observações UV dessas galáxias, e nenhuma em resolução tão alta por áreas tão vastas, assim, esse projeto preenche uma grande peça faltante no quebra-cabeça científico”, disse Michael Siegel, cientista líder do Swift’s Ultraviolet/Optical Telescope (UVOT) no Swift Mission Operations Center na Universidade em State College, Pa.

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A LMC e a SMC localizam-se a 163000 e 200000 anos-luz de distância respectivamente, e orbitam uma a outra bem como à Via Láctea. A LMC tem aproximadamente um décimo do tamanho da Via Láctea e contém somente 1% da massa da nossa galáxia. A SMC tem metade do tamanho da LMC e contém aproximadamente dois terços de sua massa.

Apesar dos tamanhos modestos, as galáxias aparecem grande no céu, pois elas estão bem perto de nós. Ambas se estendem para muito além do campo de visão do UVOT, o que significa que milhares de imagens foram necessárias para cobrir ambas as galáxias em três cores ultravioletas centradas nos comprimentos de onda de 1928, 2246 e 2600 angstroms.

A visão em ultravioleta permite aos astrônomos suprimirem a luz das estrelas normais como o Sol, que não são muito brilhantes nessas altas energias, e fornecer uma visão mais clara das estrelas mais quentes e das regiões de formação de estrelas. Nenhum telescópio, além do UVOT é capaz de produzir essas imagens de alta resolução de um campo vasto e multicolorido em ultravioleta. O imageamento de grande campo do Swift fornece um poderoso complemento às imagens mais profundas, porém de campo muito mais estreito feitas pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA.

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Para produzir o mosaico de 160 megapixels do LMC, o UVOT do Swift adquiriu 2200 fotos com uma exposição acumulada de 5.4 dias. O mosaico de 57 megapixels da SMC foi gerado com 656 imagens individuais com uma exposição total de 1.8 dias.

Ambas as imagens têm uma resolução de 2.5 arcos de segundos, que é a medida de sua nitidez. Fontes separadas por esse ângulo que é o equivalente a uma moeda vista a 2 km de distância, são visíveis como objetos distintos.

“Com esses mosaicos, nós podemos estudar como as estrelas nasceram e se desenvolveram através de cada galáxia em uma única visão, algo que é muito difícil de ser realizado para a nossa galáxia devido ao fato de estarmos dentro dela”, disse Immler.

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A Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães são facilmente visíveis no céu do Hemisfério Sul como partes brilhantes apagadas no céu noturno. As galáxias receberam esse nome depois que o explorador português Fernão de Magalhães que em 1519 liderou uma expedição para navegar ao redor do mundo. Ele e sua tripulação estavam entre os primeiros europeus a observar os objetos.

A Universidade do Estado da Pennsylvania gerencia o Swift Mission Operations Center, que controla a ciência e as operações de voo do Swift. O Goddard gerencia o Swift, que foi lançado em Novembro de 2004. O satélite é operado em colaboração com a Penn State, o Los Alamos National Laboratory no Novo México e o Orbital Sciences Corp. em Dulles, Va. Entre os colaboradores internacionais estão o Reino Unido e a Itália e a missão também inclui contribuições da Alemanha e do Japão.

Fonte:

http://www.nasa.gov/mission_pages/swift/bursts/magellanic-uv.html

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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