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O Que Causou O Derretimento de Material na Lua?

Em 1968, animados com as novas imagens de alta resolução da Lua obtidas com a sonda Lunar Orbiter V, Bob Strom e Gilbert Fielder interpretaram fluxos e fraturas dentro da cratera Tycho como sendo evidência do vulcanismo na Lua. Essa foi uma interpretação razoável para a época, mas em meados da década de 1970 foi desenvolvido um entendimento sobre a vasta distribuição do fluxo e da ejeção de rochas derretidas pelo impacto. Fluxos vulcânicos e de rochas derretidas por impacto parecem similares mas a questão principal aqui é o que causou esse derretimento? Se a cratera Tycho de 100 milhões de anos tinha um extenso vulcanismo então a história térmica da Lua foi muito diferente do que se acreditava vastamente. De maneira surpreendente, os cientistas associados com a sonda lunar indiana Chandrayaan-1 publicaram um artigo que poderia ser chamado do artigo de Strom e Fielder parte 2. Usando a maravilhosa alta resolução das imagens obtidas pela sonda e pela LRO a equipe identificou feições morfológicas como domos, fraturas, depósitos de lava, canais de lava, etc. Eles interpretaram essas feições como sendo paisagens verdadeiramente vulcânicas que entraram em erupção de rochas plutônicas subjacentes, com as erupções sendo disparadas pelo lançamento da pressão devido ao impacto que removeu bilhões de toneladas de rocha. Essa teoria bate de frente  com o entendimento vigente das rochas derretidas especialmente considerando a grande quantidade de novas informações provenientes da sonda LRO. Procurando por rochas derretidas por impacto em centenas de crateras lunares é claro que o fluxo e os depósitos na Tycho se comportam exatamente da maneira que o material derretido por impacto se manifesta em crateras de grande diâmetro. Todos nós sabemos que construir e lançar um foguete para a Lua é um desafio muito grande e que requer engenheiros e cientistas de alto nível e que podem aprender com as experiências anteriores. Além de tudo isso, é necessário uma quantidade de cientistas talvez em maior número para interpretar todas as informações lunares disponíveis.

Fonte:

 https://lpod.wikispaces.com/April+14%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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