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O Pólo Norte da Lua

Os pólos lunares há muito tempo são lugares de mistério e de promessas. Desde que o eixo de rotação da Lua é inclinado menos de 2 graus com relação ao plano orbital, o interior de muitas feições topográficas, a maior parte delas crateras de impacto, nunca receberam qualquer luz solar diretamente. Essas regiões vivem numa escuridão perpétua e são muito, mas muito frias mesmo. O instrumento Diviner que viaja a bordo da LRO tem mostrado as porções interiores de algumas dessas regiões de sombra eterna onde a temperatura chega a -248 graus Celsius, o que eqüivale a 25 Kelvin, ou seja, somente 25 graus acima do zero absoluto. De modo oposto a isso, alguns picos de montanhas mais altas recebem uma constante iluminação resultando assim em uma variação de temperatura . Um desses picos localiza-se ao norte do anel da Cratera Peary, próximo ao pólo. As temperaturas da noite para o dia variam de aproximadamente -150 graus Celsius para 100 graus Celsius.

A câmera LROC coletou 281 imagens em alta resolução durante o verão no hemisfério norte lunar para então conseguir construir essa imagem completa da região polar. Atualmente a Lua está no verão no hemisfério sul e boa parte do seu hemisfério norte está nas trevas. Contudo a câmera LROC continua a fazer imagens do pólo mesmo no inverno para ajudar os cientistas a identificar picos que tenham uma iluminação continua durante todo um ano. A maior parte das crateras próximas dos pólos lunares têm nomes dados em homenagem a famosos exploradores polares. Como acontece em todos os corpos do sistema solar a International Astronomical Union (IAU) dedica temas específicos para determinados tipos de feições. O tema para as crateras na Lua são de cientistas famosos e exploradores lunares. Para uma lista completa dos nomes usados nas feições da Lua, visite a página de nomenclatura da IAU que é armazenada pelo USGS.

Fonte:

http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/290-The-Lunar-North-Pole.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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