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O MISTÉRIO DA ANOMALIA DE OXIGÊNIO EM MARTE | SPACE TODAY TV EP2034

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Marte e seus mistérios!!!

Talvez pela proximidade, talvez pela quantidade de instrumentos que temos trabalhando em Marte, atualmente, o Planeta Vermelho é aquele que possui mais mistérios e questões não resolvidas.

Tem vida, não tem, já teve, e a água, e o metano, todas essas são questões que surgem quando falamos de Marte.

E agora surgiu mais uma, que está tirando o sono dos cientistas planetários.

O rover Curiosity que está trabalhando em Marte desde Agosto de 2012, mediu uma quantidade anômala, ou seja, acima do previsto de oxigênio circulando na atmosfera marciana, acima da Cratera Gale, local onde o Rover trabalha.

Na verdade seria muito simplória passar esse estudo dessa maneira.

Na verdade, o rover Curiosity conseguiu medir com precisão a composição da atmosfera marciana, e o seu ciclo, como os gases circulam por ali, isso sim é espetacular, pois pode ajudar a planejar missões tripuladas para o Planeta Vermelho.

O Curiosity usou o SAM, Sample Analysis at Mars, um verdadeiro laboratório químico que ele possuí, para basicamente inalar os gases da atmosfera e analisar a composição.

Com isso, o SAM confirmou a composição atmosférica de Marte, 95% dióxido de carbono (CO2), 2.6% nitrogênio molecular (N2), 1.9% argônio (Ar), 0.16% oxigênio molecular (O2) e 0.06% de monóxido de carbono (CO).

Primeiro ponto, e o metano?

O metano em Marte é o que chamamos de gás traço, e a quantidade dele é de 0.00000004%.

Todos esses gases, seguem um ciclo, já previsto pelos cientistas que segue as estações do ano em Marte, tudo dentro dos conformes.

Mas não para o oxigênio.

Entre a primavera e o verão marciano, o nível de oxigênio em Marte sobe cerca de 30% e depois cai para os valores previstos.

O que está acontecendo?

Na verdade, ninguém sabe.

Os cientistas tentaram pensar que poderia ser no fato das moléculas de CO2 ou água H2O estarem lançando esse oxigênio na atmosfera, mas seria necessário 10 vezes mais água na atmosfera marciana para chegar nesse nível de oxigênio.

Um fato interessante é que esse comportamento não se repete de forma idêntica de um ano para o outro, isso faz pensar que esse poderia ser um fenômeno relacionado não com a atmosfera marciana, mas sim com uma fonte química.

Um ponto que os cientistas levantaram é se esse comportamento do oxigênio teria uma origem similar a do metano, já que os dois gases variam na sua concentração na atmosfera.

Esses dois gases chamam muito a atenção, pois eles podem ser produzidos tanto de forma biológica, a partir de micróbios, por exemplo, como de forma abiótica, a partir de reações químicas nas rochas marcianas.

Os cientistas consideram todas as opções, e os equipamentos que estão em Marte hoje não possuem a capacidade de discernir entre essas duas origens.

No final da década de 70 a Viking 1 mostrou que o aquecimento do solo marciano produzia oxigênio, mas isso não explicaria a queda na concentração de oxigênio.

Outra explicação seria a radiação, que poderia liberar esse oxigênio, mas levaria muito tempo para acumular a quantidade que varia na atmosfera, o que também foi descartado.

Esse é o mais novo mistério marciano, a variação do oxigênio na atmosfera.

O instrumento SAM continuará trabalhando e adquirindo dados para tentar responder a essa questão.

Esperamos ansiosos a missão Mars 2020 para que ela possa tentar ajudar a dar essas respostas já que terá um conjunto de instrumentos diferentes.

Mas tudo isso mostra uma coisa muito interessante, como é importante ter uma missão de longa duração num planeta, uma missão que consegue medir todas essas variações, isso é crucial para entendermos um planeta como Marte, ou pelo menos para criarmos mais mistérios sobre o Planeta Vermelho.

Fontes:

https://www.nasa.gov/feature/goddard/2019/with-mars-methane-mystery-unsolved-curiosity-serves-scientists-a-new-one-oxygen

https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1029/2019JE006175

#Mars #Oxygen #SpaceToday

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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