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Até agora, os astrônomos já descobriram mais de 4000 exoplanetas.

No meio desses exoplanetas temos de tudo um pouco, planetas parecidos com a Terra, maiores que a Terra, planetas onde chove diamante, onde neva protetor solar, rochosos, gasosos, ou seja, temos uma vasta coleção de mundos aí pelo universo.

E isso é muito importante, pois nos mostra toda a diversidade desses objetos.

Os astrônomos continuam estudando muitos dos planetas já detectados por diversas missões e projetos.

Uma das grandes missões foi a Kepler, que durante a sua segunda fase detectou um exoplaneta conhecido como K2-141b.

Esse exoplaneta é parecido com a Terra, tem uma superfície rochosa, oceanos e uma atmosfera, e isso o coloca numa lista de exoplanetas a serem investigados de forma detalhada pelo Telescópio Espacial James Webb.

Ele tem cerca de 5 vezes mais massa que a Terra, é classificado como uma super-Terra, e está localizado a aproximadamente 200 anos-luz de distância da Terra.

Mas as semelhanças com a Terra param por aí, pois esse exoplaneta na verdade é um mundo extremo, o exoplaneta mais extremo já descoberto.

Os astrônomos estudaram o exoplaneta com modelos computacionais com o objetivo de fazer previsões do comportamento meteorológico nesse planeta e descobriram algo impressionante.

A primeira coisa que eles descobriram é que cerca de 2 terços do K2-141b, ficam eternamente voltados para a sua estrela, isso faz com que a noite eterna em 1 terço do planeta atinja temperaturas na casa dos -200 graus Celsius.

Enquanto que o lado iluminado chega a temperaturas de 3000 graus Celsius.

Essa temperatura é tão intensa, que a rocha no planeta, não só derrete como também vaporiza, criando uma atmosfera de rocha vaporizada em algumas áreas do planeta.

Isso cria uma verdadeira chuva de rochas vaporizadas no planeta, e isso cria um ciclo, como temos aqui na Terra, o ciclo de água, lá temos um ciclo de rochas.

No K2-141b, a rocha é vaporizada no lado diurno do exoplaneta, então é carregada por ventos supersônicos, que varrem o planeta, devido à diferença de temperatura, chegando no lado noturno, a rocha vaporizada precipita, como uma chuva, caindo no oceano de lava, as correntes levam isso para o lado diurno, onde o ciclo começa novamente.

O ciclo no K2-141b não é tão estável como aqui na Terra, esse fluxo é lento o que faz com que a composição mineral mude, a todo momento, mudando também a superfície e atmosfera do exoplaneta.

Todo o planeta rochoso passou por essa fase em algum momento da sua vida incluindo a Terra, então esse exoplaneta pode dar uma pista do que aconteceu com o nosso planeta no início da sua vida.

Esse estudo é interessante, pois pode preparar o caminho para as observações que serão feitas com o James Webb no futuro próximo, como ele é um telescópio e infravermelho ele poderá observar bem essas diferenças e ver se realmente a atmosfera funciona como o previsto.

Estudar planetas extremos como o K2-141b é de suma importância para entendermos mais e melhor sobre a grande diversidade planetária do universo e também entender melhor sobre a evolução planetária.

Fontes:

https://www.mcgill.ca/newsroom/channels/news/supersonic-winds-rocky-rains-forecasted-lava-planet-325719

https://arxiv.org/pdf/2010.14101.pdf

#EXOPLANETS #K2141b #SPACETODAY

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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