fbpx

O Destino do Óleo da Deepwater Horizon

A possível dispersão da mancha de óleo a partir da plataforma Deepwater Horizon no curso de um ano foi estudada por meio de uma série de simulações de computador por uma equipe de pesquisadores da School of Ocean and Earth Science Technology (SOEST) da Universidade do Havaí em Manoa.

Para realizar as simulações os pesquisadores utilizaram o chamado Ocean General Circualtion Model for Earth Simulator (OFES). “O caminho das partículas foi calculado utilizando informações do OFES para 8 anos típicos e assim gerado o caminho para os 360 dias seguidos do acidente”, disse Fabian Schloesser, um estudante de doutorado do Departamento de Oceanografia em SOEST, que trabalhou com essas simulações juntamente com Axel Timmermannn e Oliver Elison Timm do International Pacific Research Center (IPRC) também no SOEST. “A partir desses 8 anos típicos, 5 deles foram usados para criar uma animação para as quais a extensão calculada melhor se ajusta as atuais estimativas observacionais”.

A dispersão das partículas não captura efeitos como a coagulação do óleo, a formação de bolhas, e a degradação química e microbial. Assim a concentração relativa de partículas na superfície podem ser super estimadas. A animação não representa uma previsão específica e detalhada, mas ela fornece um cenário que pode ser usado para ajudar a guiar os esforços de mitigação desse acidente.

A animação mostra a concentração de partículas para uma malha de 10 por 10 km até Abril de 2011. Todos os cálculos foram feitos usando um fluxo de óleo estimado de 50000 barris por dia para um período de mais de 150 dias, assim sendo, uma concentração de por exemplo, 10 partículas por célula na animação corresponde grosseiramente a um volume de 2 metros cúbicos de óleo para uma área de 100 quilômetros quadrados.

O óleo se dispersa inicialmente no Golfo do México, então entra em um ciclo de corrente pegando a Corrente da Flórida e finalmente a Corrente do Golfo. “Após um ano, aproximadamente 20% das partículas inicialmente lançadas na posição da Deepwater Horizon será transportada através do Estreito da Flórida e então será lançada no Oceano Atlântico”, explica Timmermann.

Essa animação sugere que as costas da Carolina do Norte e do Sul, da Georgia, e do Norte da Flórida poderá ver os efeitos da mancha de óleo no início de Outubro de 2010. A principal conseqüência desse giro subtropical é que provavelmente as correntes transportarão a mancha de óleo em direção a Europa, embora fortemente diluída.

A animação também mostra que os ventos de nordeste se intensificam próximo da Flórida em Outubro e Novembro, com isso o óleo no Atlântico move-se próximo da costa leste americana.

O Estreito da Flórida, estreito e profundo força a Corrente da Flórida em um canal estreito criando um gargalo para dispersar o óleo no Atlântico. Como sugere a animação, um sistema de filtragem no ponto mais estreito da Corrente da Flórida poderá mitigar a dispersão do óleo no Atlântico Norte.

Essa pesquisa foi financiada pela Japan Agency for Marine-Earth Science and Technology (JAMSTEC), NASA e pelo NOAA.

[youtube width=”739″ height=”600″]http://www.youtube.com/watch?v=nAiG-TPYIFM[/youtube]

Fonte:

http://www.soest.hawaii.edu/soest_web/soest.gulf2010_longterm.htm

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

Veja todos os posts

Arquivo