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21 de novembro de 2024

O Buraco na Camada de Ozônio e Como Acompanhar sua Evolução

A depleção anual do ozônio estratosférico sobre a Antártica – mais conhecida como buraco de ozônio – começou no início de Agosto de 2010 e está agora se expandido em direção ao seu máximo anual. O buraco na camada de ozônio normalmente alcança sua área máxima no final de Setembro e início de Outubro, os cientistas atmosféricos acreditam que precisam esperar algumas semanas após ser atingido o máximo quando então a tendência da depleção de ozônio diminuir sofrendo assim uma reversão.

O buraco não é literal, nenhuma parte da estratosfera – a segunda camada da atmosfera entre 8 e 50 km – está completamente vazia de ozônio. Os cientistas usam o “buraco” como uma metáfora para a área onde as concentrações de ozônio caem abaixo de um limite histórico de 220 Unidades de Dobson. Níveis históricos do ozônio são muito mais altos do que as 220 Unidades de Dobson, de acordo com o cientista atmosférico Paul Newman, então esse limite realmente representa uma perda significativa de ozônio.

A camada de ozônio da Terra protege a vida absorvendo a luz ultravioleta que pode danificar o DNA das plantas e dos animais, inclusive o homem e provocar o câncer de pele.

O Ozone Monitoring Instrument (OMI) a bordo do satélite Aura da NASA adquiriu os dados para a construção desse mapa aqui reproduzido, que mostra a concentração de ozônio sobre a Antártica em 12 de Setembro de 2010. O OMI é um espectrômetro que mede a quantidade de luz solar que é dispersada pela atmosfera da Terra e pela superfície, permitindo assim aos cientistas consultarem a quantidade de ozônio que está presente em vários níveis altitude – particularmente a estratosfera – e próximo ao solo.

No ano de 2010, o tamanho e a profundidade do buraco de ozônio tem ficado um pouco abaixo da média histórica medida entre 1979 e 2009, provavelmente devido as temperaturas mais quentes na estratosfera sobre o hemisfério sul. Contudo mesmo com essas mudanças na meteorologia da região esse mês poderia afetar a taxa de depleção do ozônio além de modificar o a área máxima que o buraco pode atingir. É possível seguir o progresso do buraco da camada de ozônio visitando a página do Ozone Hole Watch da NASA (http://ozonewatch.gsfc.nasa.gov/).

O dia 16 de Setembro é considerado o Dia Internacional de Preservação da Camada de Ozônio, uma comemoração do dia em que em 1987 as nações assinaram o protocolo de Montreal limitando e eventualmente banindo as substâncias responsáveis pelo aumento do buraco na camada de ozônio como os gases CFCs e outros componentes químicos. O painel da ONU que monitora a eficiência do Protocolo de Montreal  espera lançar um relatório revisando o estado da camada de ozônio no mundo todo no final de 2010, o último documento dessa natureza foi lançado em 2006. Newman é um dos quatro principais membros do painel.

September 16 is the International Day for the Preservation of the Ozone Layer, a commemoration of the day in 1987 when nations commenced the signing of the Montreal Protocol to limit and eventually ban ozone-depleting substances such as chlorofluorocarbons (CFCs) and other chlorine and bromine-containing compounds. The ozone scientific assessment panel for the United Nations Environment Program, which monitors the effectiveness of the Montreal Protocol, is expected to release its latest review of the state of the world’s ozone layer by the end of 2010. (The last assessment was released in 2006.) Newman is one of the four co-chairs of the assessment panel.

Fonte:

http://www.nasa.gov/topics/earth/features/ozone0910.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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