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O Brasil Como Parte da História de Descobertas no Iraque

O campo de petróleo de Majnoon, localizado no sul do Iraque está entre os campos de petróleo mais ricos do mundo, com reservas de óleo de 23 a 25 bilhões de barris e reservas provadas de 12.8 bilhões de barris de óleo. O campo recebeu o nome de Majnoon (louco) devido a excessiva presença de óleo em uma região limitada no leste do Rio Tigres em Basra.

Entre os dez maiores campos de óleo e gás do Iraque, o Majnoon, é o primeiro a ser oferecido para uma companhia internacional para o seu desenvolvimento. Em dezembro de 2009, o governo iraquiano vendeu os direitos de desenvolvimento  do Majnoon e de um outro campo o Halfiya, por meio de uma ação pública.

O estado do Iraque tem 25% no projeto, e a Shell e a Petronas possuem 45% e 30% respectivamente. Já o contrato para o campo Halfiya foi vencido por um consórcio da CNPC da China, a Petronas e a Total.

O Iraque possui uma reserva de 115 bilhões de barris e atualmente produz 2.5 milhões de barris por dia.

O país espera aumentar a sua produção para sete milhões de barris por dia em seis anos para competir com a Arábia Saudita. Os lucros gerados por meio da produção de óleo serão usados para reconstruir a infra-estrutura do país arrasado pela guerra.

O Iraque pretende levar a produção do Majnoon para os níveis pré-guerra. O contrato de desenvolvimento do campo inclui a perfuração de mais de 40 poços, a construção de 3 estações de separação de gás e o desenvolvimento de refinarias.

O contrato de desenvolvimento foi vencido por um consórcio formado pela Royal Dutch Shell (60%) e pela Petronas da Malasia que ofereceram US$1.39 por barril.

A Shell irá programar o desenvolvimento e a produção. A CNPC e a Total também concorreram no leilão, mas não obtiveram sucesso.

Nos anos de 1990, a Total negociou o desenvolvimento do campo, mas ainda no regime comandado por Saddam Hussein, mas nenhum acordo foi assinado devido as sanções impostas pelas nações unidas.

O campo de Majnoon relatou uma produção em torno de 50000 barris de óleo por dia em Novembro de 2003. A nova parceria entre Shell e Petronas espera aumentar a produção para o patamar de 1.8 milhões de barris por dia, partindo dos 45000 barris por dia relatados em 2009.

A primeira zona produtora do campo consiste do Cretáceo Superior, que foi testada e apresentou resultado de 4000 barris por dia de gás rico em óleo. A pressão nessa zona do Cretáceo Superior era tão alta que a sonda usada na descoberta foi destruída. Carbonatos Mishrif, arenitos Nahr Umr (Cretáceo Médio) e carbonatos Shuaiba e arenitos Zubair (Cretáceo Inferior) formam as demais zonas produtoras.

Descoberto em 1975 pela Braspetro (Petrobras do Brasil), o Majnoon foi encontrado como sendo parte do Grande Triângulo Rumaila. Inicialmente, esperava-se que o campo tivesse uma reserva de sete bilhões de barris com um óleo entre pesado e médio.

Os trabalhos de desenvolvimentos foram interrompidos em 1980 quando o Iraque entrou em guerra com o Irã, nessa época a etapa de engenharia estava se desenvolvendo. A Braspetro tinha furado 20 poços no campo e colocados 14 sondas de perfuração em serviço.

O Irã ocupou a área durante a guerra e conseqüentemente o campo de Majnoon, além de outras partes do Iraque, e foi saqueado e sabotado.

Em janeiro de 2009, contudo o Iraque declarou que o campo estava totalmente em seu território. Uma extensão do campo Majnoon foi descoberta no lado iraniano da fronteira.

Após a guerra, a Southern Oil Company, reparou os problemas no campo e o colocou em produção novamente. A produção alcançou o nível do pré-guerra de 50000 barris por dia em 2003.

Fonte: http://www.offshore-technology.com/projects/majnoon-field/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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