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O Alpine Valley e Outras Ranhuras na Lua

Seria masoquismo receber uma excelente imagem da cratera Plato e do Alpine Valley e se concentrar em outra feição lunar? Porém, a imagem acima nos leva a isso. Nessa imagem é possível ver 4, ou 5, ou talvez 6 ranhuras. O número é incerto, quantos você pode contar? O primeiro e mais claro de ser visto é ranhura super sinuosa abaixo da parte central do Alpine Valley. A ferramenta de altimetria do Quick Map revela que a direção talude abaixo está a nordeste para longe do Mare Imbrium, embora numa distância de aproximadamente 100 km o talude abruptamente sobe 250 metros, mas a ranhura continua o seu caminho. A próxima ranhura bem definida é a Plato I na parte superior esquerda. Essa ranhura levemente sinuosa começa numa depressão na forma de cunha e flui por aproximadamente 90 km, na sua maior parte descendo o talude antes de se perder, continuando por outros 30 km, aparentemente talude acima, na imagem acima, mas o que é difícil de se ver na imagem da sonda LRO. Será que essa ranhura está conectada com a cadeia de cratera a leste, ou à ranhura fortemente incisiva mais a nordeste? Ninguém sabe. Na parte central esquerda existe uma mistura de ranhuras estreitas. Existe uma cavidade aproximadamente circular de colapso perto da parte terminal do Mare Imbrium do Alpine Valley onde uma ranhura começa e com uma intensa sinuosidade flui em direção ao norte onde ela pode ser abruptamente curvada para leste ao redor da montanha, ou talvez virando para oeste e continuando como uma ranhura sinuosa normal em direção ao sul onde entra no Mare Imbrium e continua como uma ranhura estreita. No mar, outra ranhura fina começa numa depressão em forma de V. No mapa System of Lunar Craters de aproximadamente 45 anos atrás nós mostramos a ranhura a partir da depressão conectada com o segmento que flui para o sul dentro do Mare Imbrium e é chamada de Plato II. Outra ranhura, dessa vez uma de interior vasto, e rasa no Mare Frigoris, chamada de Archytas I só é visível na parte superior direita da imagem. Finalmente, próximo dali existe algo relativamente novo. Perto da parte central inferior existe uma linha sutilmente reta que corre perpendicularmente ao Alpine Valley em direção ao sul. Essa pode não ser uma feição real mas parece conectar em um ângulo íngreme com uma linha de cavidades de colapso ou ranhuras que alcançam a parte inferior da imagem, nascendo e passando sobre duas montanhas na sua rota. Essa feição pode ser confirmada pela ferramenta Quick Map da sonda LRO. Pode ter até 8 ranhuras nessa imagem, mas podem até existir mais algumas, tente localizá-las.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/May+2%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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