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Nova Imagem de Atividade Solar Feita Pelo BBSO

O Professor Philip R. Goode da New Jersey’s Science and Technology University (NJIT) e a equipe do Big Bear Solar Observatory (BBSO) obtiveram a chamada “primeira luz” usando um espelho deformável no que é chamado de óptica adaptativa do Big Bear Solar Observatory (BBSO). A imagem abaixo aqui reproduzida de uma mancha solar é até agora a imagem mais detalhada obtida até o momento em luz visível.

O professor Goode disse que a imagem foi obtida com o espelho de 1.6 m de abertura limpa, fora do eixo no New Solar Telescope (NST) acoplado ao BBSO. O telescópio tem uma resolução capaz de cobrir aproximadamente 50 milhas na superfície do Sol.

O telescópio é a jóia na coroa do BBSO, a primeira classe de observatórios solares construída em mais de uma geração nos EUA. O instrumento está sob a supervisão do BBSO.

Desde 1997, sob a direção de Goode, a NJIT tem operado o BBSO, localizado em uma limpa montanha no lago. A montanha no lago é caracterizada por uma atmosfera estável, que é essencial para os objetivos principais do BBSO que é medir e entender fenômenos complexos solares utilizando telescópios e instrumentos dedicados para isso.

As imagens foram feitas pelo NST com o sistema de correção para distorção atmosférica que atua deformando o espelho do telescópio de modo a compensar a perturbação atmosférica. No verão de 2011, em colaboração com o National Solar Observatory, o BBSO terá sua atual óptica adaptativa atualizada.

Com o apoio do National Science Foundation (NSF), Air Force Office of Scientific Research, NASA e NJIT, o NST começou a sua operação no verão de 2009. Suporte financeiro adicional foi recebido de fundos poucos meses atrás de modo que irá tornar possível a atualização do sistema.

O NST irá pavimentar o caminho para um telescópio ainda maior, o Advanced Technology Solar Telescope (ATST) que será construído na próxima década. A NJIT é a principal investidora do ATST dentro do projeto NSF. O novo instrumento irá permitir que Goode e seus parceiros do National Solar Observatory (NSO) desenvolvam novos e mais sofisticados instrumentos de óptica adaptativa, conhecido como óptica adaptativa multi conjugada (MCAO).

O novo sistema óptico permitirá que os pesquisadores aumentem o campo de visão livre de distorção atmosférica permitindo que descubram melhores caminhos para estudar esse grande quebra-cabeça que é o Sol. O sistema MCAO montado no NST irá também preparar o caminho para o sistema de 4 metros de abertura ATST que virá na próxima década.

Os cientistas acreditam que as estruturas magnéticas, como as manchas solares tem um importante papel para se entender posteriormente sobre o clima espacial. O clima espacial que se origina no Sol, pode ter diversas conseqüências no clima e no meio ambiente terrestre. Uma tempestade magnética pode danificar linhas de transmissão de energia e de comunicação, destruir satélites e até mesmo expor pilotos de aeronaves, a tripulação e os passageiros a uma forte radiação.

O novo telescópio alimenta hoje um sistema de óptica adaptativa de alta ordem, que por sua vez alimenta a próxima geração de tecnologias usadas para medir o campo magnético e os eventos dinâmicos usando tanto a luz visível como a luz infravermelha. Um sistema de computação paralela permite o processamento em tempo real das imagens obtidas.

Goode e os cientistas do BBSO têm estudado o campo magnético solar por anos. Eles esperam combinar dados do BBSO com dados de satélite  para determinar dessa maneira as propriedades dinâmicas do campo magnético solar.


Fonte:

http://spacefellowship.com/news/art21929/amazing-new-sun-image-from-njit’s-big-bear-solar-observatory.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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